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Enviada em: 05/10/2018

A máxima "Não se nasce mulher, torna-se" de Simone de Beauvoir explicita a figura feminina como um papel social. Partindo disso, a construção desse papel muitas vezes se instituiu por meio da severa imposição masculina. Nesse sentido, as recorrentes agressões sofridas pelas mulheres no Brasil derivam-se do machismo hitórico e estrutural na sociedade, perpetuando-se devido a falta de mecanismos educacionais e conscientizadores para o combate à sua reprodução.        Primordialmente, as raízes históricas de dominação masculina contribuíram para a estruturação da visão inferior da mulher. Mesmo que ela tenha conquistado mais espaços hordienamente, o seu passado marcado por exclusões, discriminações e objetificações ainda se reflete na sociedade. Tanto que, mesmo com a Lei Maria da Penha e outros resguardos legais, houve um aumento exponencial dos índices de feminicídio nas últimas decadas, de acordo com o Mapa da Violência de 2012. Tal fato evidencia os reflexos históricos desse contexto.        Adicionalmente, a persistência do cenário de reprodução da misoginia se deve a sua normalização. Para Pierre Bourdieu, a naturalização da superioridade do homem é um exemplo claro de violência simbólica. Ou seja, se expressa não apenas na violência física, mas de forma social, cultural e psicológica. De mesmo modo, essa estrutura social de desigualdades também é reproduzida na educação por não abordar métodos que rompam com esse hábito instalado na população.        Desarte, para findar com a persistência da violência contra a mulher no país, é imprescindível que o governo modifique o sistema de desigualdade de gênero que permeia os indivíduos. Portanto, o Ministério da Educação deve instituir o ensino à igualdade de gênero nas escolas, inserindo o estudo da posição feminina ao longo da história e criando projetos e espaços de debates escolares para a discussão dessa questão entre jovens e crianças. Desse modo, a equidade entre homens e mulheres será estimulada, atenuando os crimes de gênero. Logo, por meio de tais medidas, o contexto feminino se modificará, permitindo o exercício desse papel social sem imposições discriminatórias.