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Enviada em: 19/10/2018

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um "corpo biológico", por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, os direitos individuais e do cidadão hão de ser respeitados. Hodiernamente, contudo, a persistência da violência contra a mulher no Brasil rompe esse equilíbrio. Portanto, a fim de reverter essa realidade, uma análise acerca de suas causas, que estão ligadas à ingerência governamental e à influência social, faz-se necessária.      A priori, vale ressaltar a insuficiência de medidas políticas como um dos propulsores do embargo. Para Platão, a preservação da justiça entre os indivíduos é primordial para se alcançar a homeostasia social. Não obstante, embora o artigo 5° da Constituição Federal preveja a equidade de todos perante a lei, bem como o acesso à segurança como um direito inalienável, de acordo com o Mapa da Violência de 2012, nas três últimas décadas o assassinato de mulheres no país aumentou cerca de 230%; o que destoa da concepção do filósofo e atesta a inépcia do Estado como promotor do bem-estar social.      Outrossim, consoante Vygotsky, o individual é fortemente influenciado pelo meio em que está inserido. Analogamente, é possível explicar a persistência da violência contra a mulher sob esse viés, haja vista que, segundo o pensador, uma criança ou adolescente, quando exposto a um ambiente familiar onde tal prática é uma constante, tende à adotá-la e repeti-la, também, futuramente com outras parceiras devido à coação exercida pelo ambiente em seus comportamentos, funcionando assim como a mola propulsora que dá continuidade à problemática.      Infere-se, destarte, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Logo, é imprescindível que, mediante recursos financeiros da Receita Orçamentária, o Ministério das Telecomunicações, em consonância com grandes canais de comunicação, socialmente engajados, elabore e difunda campanhas e documentários que abordem o tema da ainda presente violência contra a mulher no Brasil, em rádios, TV,s e internet, vinculando a esses programas instruções de como e a quem recorrer e denunciar para quando tais ilicitudes ocorrerem, com o fito de garantir que todos os agressores sejam devidamente julgados e punidos. Ademais, as escolas, formadores de cidadão, devem abordar esse tema por meio de palestras a alunos, objetivando conscientizar os jovens e permitir que esse estigma seja gradualmente minimizado no país.