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Enviada em: 29/10/2018

A obra de Drummond " No meio do Caminho ", retrata o encontro do eu lírico com uma pedra ao longo de sua passagem que gera reflexões sobre os vários significados que pode trazer. Embora essa obra date do século XX, a pedra drummoniana encontra-se fortemente presente nos dias atuais em forma de problema envolvido com os casos de violência contra a mulher que afeta milhares de cidadãs diariamente. Com isso, faz-se necessário compreender os porquês da persistência da violência do gênero, seja por parte da sociedade, seja por parte da família.   Convém ressaltar, a princípio, o papel da sociedade na manutenção da violência contra a mulher no Brasil. Segundo o pensador Bauman, o sentido de alteridade seria a forma de não se importar com as pessoas, apenas para sí mesmo. Seguindo essa linha de pensamento, isso ocorre perante os casos de violência contra a mulher quando os civis assistem tais atos publicamente e não intervém pois afirmam que " Briga de marido e mulher não se mete a colher", preocupando apenas com o que ocorre dentro de seus lares. Então, infelizmente, a violência contra a mulher persiste aumentando progressivamente, sendo 92 mil mulheres mortas em 30 anos. Ademais, é crime de cumplice assistir qualquer ato de violência sem intervir, pela carta magna de 1988.  Outrossim, nota-se, ainda, que a família encontra-se intrinsecamente ligada a perpetuação da violência feminina dentro e fora dos lares. Isso decorre do período Colonial, séc XVI, período o qual as mulheres eram tratadas pela família como objeto para servir a seus maridos dentro de casa. Isso porque, as famílias eram fortemente patriarcais e buscavam à submissão feminina a seus esposos. Esses por exemplos, utilizavam a violência física e moral, após o casamento para educar suas mulheres caso não seguissem seus desejos. Por consequência, verifica-se que a persistência da violência feminina possui raízes históricas e, infelizmente, perpetua nos dias atuais, como prova disso são 94% das denúncias para a Secretaria de políticas Públicas para Mulheres relacionadas a violências de cunho sexual, físico, moral e psicológico.  Infere-se, portanto, que ainda há empecilhos que impedem o fim da persistência da violência contra a mulher no Brasil. Em razão disso, o Governo, em parceria com o Ministério da Educação, deve agir como uma força conjunta, iniciando com palestras educativas dentro das escolas para ensinar desde a infância como identificar e relatar os casos de violência com mulheres fora e dentro de casa e, assim, relatar ao 190 ou 180. O Governo, deve, ainda, aplicar uma punição mais severa utilizando as leis, sobre aqueles que exercem e assistem a violência, visto que, são cumplices de tais atos a fim de diminuir progressivamente os casos de violência na sociedade.