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Enviada em: 31/10/2018

A raiz social da violência contra a mulher no Brasil          Como afirmou o Simone de Beauvoir, “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, de modo a reafirmar o papel da sociedade e do meio na construção da identidade feminina. Mesmo que, por meio de movimentos como o das sufragistas, uma maior equidade de gênero venha sendo almejada, nota-se, ainda hoje, uma persistência na violência contra a mulher no Brasil. Dado que esse fato configura-se como um empecilho para a qualidade de vida feminina, deve ser combatido, visto que permanece em pauta pela ineficiência das políticas públicas e pela reafirmação midiática de estereótipos.        Em primeiro lugar, deve-se destacar que, muito possivelmente por causa de ameaças e medo enfrentados pelas mulheres, há uma reduzida quantidade de denúncias desses crimes. Nesse sentido, embora já existam políticas que busquem julgar as práticas de violência contra as mulheres, essas se apresentam ineficazes, com apenas 33.4% dos processos envolvidos a Lei Maria da Penha julgados.      Outrossim, há um forte fator social que intensifica essa cultura de violência contra a população feminina, o machismo enraizado na sociedade. Por meio de diversos filmes e novelas que trazem mulheres com personagens submissas e inferiorizadas, ocorre a reiteração de uma estrutura social que põe a mulher como indefesa, vulnerável e subordinada à imagem do homem.       Em suma, a mídia deveria procurar desfazer a visão machista que impera na sociedade, por meio de filmes e novelas com personagens femininas autônomas e independentes, a fim de romper com a noção de submissão feminina que assola as mulheres brasileiras diariamente. Desse modo, haveria um consequente aumento no número de denúncias e relatos de violência, que possibilitaria uma maior eficiência nas medidas e políticas públicas já existentes.