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Enviada em: 28/02/2019

O machismo é a forma de segregação mais antiga estudada pelo homem, tendo seu início desde a pré-história. Com a descoberta da agricultura, os seres primitivos machos passaram a caçar com menos intensidade, passando a subjugar as fêmeas e alocá-las para tarefas estritamente domésticas. Por consequência, foi criada uma cultura patriarcal ao longo dos anos que persiste até os dias de hoje, na qual a mulher ainda é a vítima.       Seria racional acreditar que, com o decorrer de milhões de anos, tal forma de discriminação seria amenizada. Contudo, é indubitável que nossa sociedade ainda está a uma distância abissal de erradicar essa forma de preconceito e violência. De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, em 2015 foram feitas 237 mil denúncias ao serviço telefônico, sendo sete a cada dez denúncias realizadas por mulheres agredidas por seus parceiros.       Faz-se mister, ainda, salientar a impunidade recorrente nos casos de violência doméstica, em que o agressor muitas vezes não é denunciado ou sentenciado da forma correta. De acordo com Isaac Newton, físico e matemático inglês, um corpo em repouso tende a permanecer nesse estado a menos que uma força externa aja sobre ele. De maneira análoga ao pensamento de Newton, pode-se afirmar que tal cenário de feminicídios e violência contra a mulher irá perdurar, a menos que a sociedade, em conjunto com autoridades competentes tomem providências cabíveis para resolver esse impasse.       Infere-se, portanto, que tal problema saia do estado de inércia. Nesse sentido, é imprescindível que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Poder Legislativo, revise o texto da Lei Maria da Penha a fim de torná-la mais severa, impondo punições cada vez mais duras, no intuito de erradicar qualquer forma de impunidade por parte dos agressores. Somado a isso, as instituições de ensino devem oferecer palestras públicas para alertar a população sobre como identificar e denunciar casos de agressão doméstica, além de orientar as próprias vítimas. Dessa forma o Brasil poderá iniciar o processo para superar a persistência da violência contra a mulher no Brasil.