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Enviada em: 28/02/2019

Na sociedade brasileira, desde os tempos coloniais a mulher sempre assumiu um papel secundário, sujeitando-se à estrutura patriarcal, na qual o homem chefiava a família. Hoje essa herança ainda persiste, refletindo-se de forma negativa na violência contra a mulher. Dessa forma, mesmo a legislação específica sobre o tema mostra-se incapaz de conter as diversas formas de agressão contra a mulher, certamente devido ao fator cultural machista e a falta de profundas ações sociais que visem a mudança da situação.         Nesse contexto, fica evidente que a forte influência histórica do papel que o homem sempre assumiu na estrutural social é um fator essencial para compreender a violência que este pratica contra a mulher. Isso pode ser evidenciado facilmente ao analisar a estrutural educacional dominante, em que o homem é ensinado a ser “o macho”, comandando a família, e a mulher, mais frágil, acaba assumindo um papel doméstico, mesmo inserindo-se cada vez mais no mercado de trabalho, permanece a dupla jornada e normalmente submissa ao seu companheiro. Essa situação, somada a fragilidade física que a mulher possuí em relação ao homem acaba, muitas vezes, em violência doméstica, principalmente física e psicológica.         Isso explica por que as leis, como a “Lei Maria da Penha” são ineficazes na prevenção do problema, que segundo diversas pesquisas continua a ocorrer e além disso tem sua incidência cada vez mais acentuada. A situação é agravada pela inércia social quanto ao fato, em que nenhuma ação concreta é empreendida de modo eficiente para promover mudanças reais na estrutura social. Como consequência dessa inoperância o problema tende a assumir consequências ainda mais graves culminando no feticídio e no estupro que também aumentam em proporções assustadoras no país.       Para que esse quadro seja modificado, faz-se essencial uma ação integrada entre o governo e ONGs (Organizações não Governamentais). O governo, na figura do Ministério da Educação deve inserir o tema na grade escolar, desde o ensino fundamental, de forma ampla e eficiente, visando com isso uma mudança profunda na mentalidade social acerca do papel e dos direitos da mulher na sociedade. Paralelamente as ONGs, junto com o governo devem trabalhar o tema da mesma forma com o público adulto. Assim, com a modificação da nefasta herança cultural, o problema poderá ser resolvido.