Enviada em: 11/04/2019

A sociedade brasileira teve como base o patriarcalismo, conceito que define a relação de subordinação da mulher ao homem. Esse fator é um dos motivos que explica o porque de a violência contra mulheres, ainda hoje, permanecer como um grave problema no Brasil, evidenciando a falha do Poder Público e das instituições formadoras de opinião no que diz respeito ao combate desse tipo de violência.     Com efeito, o Governo, sobretudo o Poder Judiciário, não tem aplicado de maneira satisfatória a legislação que defende mulheres de agressões, a exemplo da Lei Maria da Penha. Prova disso é a lentidão no julgamento dos casos - apenas 1/3 foi concluído em 2015, conforme a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Esse cenário de impunidade, por conseguinte,  favorece a persistência desse tipo de violência, que pode ocasionar, em muitos casos, até a morte da mulher, caracterizando o feminicídio.     Além disso, instituições como família e mídia pouco têm feito para criar uma consciência de igualdade de gênero e respeito às mulheres. No âmbito familiar, por exemplo, muitas vezes as tarefas de casa não são igualmente distribuídas entre os filhos, em detrimento das meninas. Na mídia, por sua vez, são frequentes propagandas que objetificam o corpo feminino. Nesse contexto, o perpetuamento do pensamento machista propicia atos de violência contra a mulher.     Torna-se evidente, portanto, que essa situação exige maiores esforços da sociedade para ser combatida. Desse modo, cabe ao Poder Judiciário agilizar o julgamento dos processos de violência contra a mulher, contratando mais funcionários, por exemplo, a fim de reduzir a impunidade e preservar a segurança das vítimas. Ademais, é dever da família tratar seus filhos de forma igualitária, independentemente do gênero de cada um, com o intuito de erradicar o pensamento machista, o qual também deve ser desconstruído com o empenho da mídia. Assim, com a lei sendo plenamente cumprida e a sociedade mais consciente, será possível enfrentar e mitigar esse problema.