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Enviada em: 17/07/2019

Da teoria para a prática. De acordo com a constituição de 1988 "todos são iguais perantes a lei". Porém, na realidade brasileira essa igualdade não se expressa de forma homogênea, visto que questões como a persistência da violência contra a mulher ainda é tratada com descaso por parte da sociedade. Nesse sentido,é de profunda relevância discutir não só sobre as raízes desse problema como também a maneira que ele se apresenta atualmente. Em primeiro lugar, é necessário destacar que o destrato com o sexo feminino é algo muito antigo no cenário brasileiro. Desde sua colonização o país já demonstrava essa desigualdade com  formação de uma comunidade patriarcal, na qual os homens exerciam o papel central na família, economia e vida política. Dessa forma, convinha a mulher designar seu papel de submissão e dependência ao pai e posteriormente ao marido. Consequentemente, criou-se um sentimento de superioridade do homem e inferioridade da mulher, de modo que aquele justificava o direito masculino de fazer o que quisesse à esposa e este expressava-se no dever de obedecer e aceitar tudo calada.  Assim, apesar de décadas de desconstrução de estereótipos, a mulher atual ainda enfrenta barreiras no convívio social. Violência física, verbal e virtual  estão presentes no cotidiano de muitas meninas. Fato que é exemplificado pelo alta frequência de agressões como o assédio. De acordo com pesquisa realizada pelo Fórum brasileiro, a cada ano cerca de 22 milhões de mulheres sofrem algum tipo de assédio, o que representa 37,1% da população feminina com 16 anos ou mais. Em consequência, cria-se um cenário de desconforto feminino já que a mulher acaba por se sentir ameaçada diante da falta de respeito de pessoas, conhecidas ou estranhas, que a tratam diferente em razão de seu gênero.   Urge, portanto, que ações sejam realizadas para que a sociedade renuncie à padrões que carreguem  como característica a permanência da violência contra a mulher. Cabe ao Ministério da Educação em conjunto com o de Justiça e Segurança pública difundirem os mecanismos de defesa jurídica da mulher. Por meio da inserção de aulas políticas sobre direitos e deveres nos quais todos os cidadões tenham acesso, de modo que os jovens saibam não só como se defender de agressões juridicamente, como também as consequências que suas ações negativas podem resultar para si mesmo. Para que assim , as pessoas entendam a importância de respeitar às leis, e principalmente ao próximo. Com isso, finalmente, a igualdade teórica possa ser praticada.