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Enviada em: 14/08/2019

Na Roma antiga, a desigualdade entre os gêneros era uma característica marcante e a violência contra mulher um fruto amargo desse infortúnio. Na contemporaneidade, o Brasil vive em um cenário análogo a da cidade grega, à medida que a persistência da violência ao sexo feminino no país vem cada vez mais se concretizando. Esse viés constitui um cenário ameaçador à integridade física das cidadãs e que urge ser mitigado. No entanto, a falta de um apoio policial mais eficaz e os poucos meios alternativos existentes para denúncia e debates acabam por dificultar a resolução dessa problemática.     A princípio como já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade, no meio do caminho tinha uma pedra. Nesse sentido, a ausência de um apoio mais eficiente da polícia se mostra como uma pedra que dificulta o combate desse tipo de violência. Em defesa dessa assertiva, dados CNJ (Conselho Nacional de Justiça) revelam que a cada dez casos de abuso feminino, cerca de quatro não são solucionados por conta da demora dos policiais. Sob tal conjuntura, a delegada Carmem Antiolli, numa entrevista ao Jornal Nacional, alegou a falta de postos militares nos bairros das cidades brasileiras. Talvez, se isso não fosse uma verdade, já com intuito de preservar a vida feminina, ressaltou Antiolli, as denúncias e o direcionamento de viaturas para os locais específicos aconteceria de maneira mais rápida.      Além disso, como afirmava sociólogo Manuel Castells, não basta apenas criticar, é necessário que o movimento seja visível. Essa linha de pensamento, quando analisada em paralelo com a temática feminina da violência, evidencia que não basta saber apenas que as mulheres estão sendo vítimas, mas é preciso que isso seja visível. No entanto, não existem ainda, no país, recursos mais práticos, tal como programas voltados exclusivamente para debates e denúncias de agressões contra mulheres. Logo, consoante à visão de Castells, torna-se mais difícil a visibilidade desse problema e, concomitantemente, a junção de forças na sociedade para poder saná-lo.     Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para retirar as pedras do caminho que atrapalham o combate da violência contra mulher. Posto isso, o Estado deve promover a construção de postos policiais nos bairros cujos índices de agressão contra o sexo mais frágil sejam altos, por meio da disponibilização de verbas para as prefeituras municipais para que elas iniciem esse projeto, com o fito de se ter delegacias voltadas exclusivamente para o gênero feminino, facilitando a ação militar. Ademais, cabe ao Ministério da Justiça, fomentar a união das pessoas para minorar as agressões às cidadãs brasileiras, de modo a criar um canal virtual onde seja possível debater e denunciar rapidamente crimes como esses, a fim de se mobilizar o maior número populacional da importância de se solucionar a problemática em questão. Decerto, assim, poder-se-á construir um país mais hormônio.