Materiais:
Enviada em: 19/08/2019

O "super-homem" idealizado pelo célebre filósofo Nietzsche, caracteriza o indivíduo capaz de livrar-se das amarras sociais. Entretanto, ao que tudo indica, poucos parecem entender essa lição no que se refere à persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. Com efeito, observa-se uma amarra que persiste pelas heranças machistas e subjugadoras.         Em primeiro plano, é incontrovertível que, tal como as rochas sedimentares, facetas sociais se formam lenta e gradualmente via pequenos constituintes de um todo. Nesse sentido, é evidente que, mesmo após séculos de sistemas que reprendiam a mulher, o machismo ainda permeia a sociedade canarinha. Outrossim, conforme exposto no filme "A Origem", a ideia é o vírus mais perigoso que existe, ou seja, ideologias machistas oriundas de processos históricos e sociais constituem-se como uma barreira para o combate à violência contra a mulher.         Por outro plano, é indispensável citar que a sociedade brasileira carrega marcas que reduzem a mulher a obediência. A esse respeito, no século XIX, Eça de Queiroz escreveu "Primo Basílio", que narra a história de Jorge e Luisa, personagens de uma família tradicional portuguesa, onde a esposa era subserviente ;e o marido, provedor. De maneira análoga, esse retrato se impõem à sociedade canarinha, na qual considera o sexo feminino como frágil e submisso. Contudo, enquanto essa realidade se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com uma das piores amarras sociais: o patriarcado.         Mediante ao elencado, fica claro que a violência contra a mulher tem raízes diversas e devem ser combatidas. Sendo assim, o Ministério Público Federal e varas especializadas ao atendimento da mulher, por meio de ações judiciais avaliadas pelo Poder Judiciário e apropriando-se de princípios da Lei Maria da Penha de 2006, deve denunciar os casos de agressões ao sexo feminino, com vistas a punir os agressores e garantir os direitos civis a esse grupo tão negligenciado. Ademais, influentes digitais, mediante seus discursos nas mídias sociais, competem informar ao público sobre a importância do feminismo, com vistas a incentivar práticas de respeito às mulheres e a busca pela libertação de heranças machistas e subjugadoras. Dessa forma, a sociedade livrar-se-á das amarras sociais dilucidada por Nietzsche.