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Enviada em: 20/08/2019

Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a violência contra a mulher, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.        É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneria análoga, é possível perceber que, no Brasil, os altos índices de homicídios contra as mulheres rompem com essa harmonia, haja visto que, de acordo com o 11° edição do anuário brasileiro de segurança pública, uma mulher é assassinada a cada duas horas.        Faz-se mister, ainda, salientar o machismo como impulsionador do problema. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é a característica da "modernidade líquida" vivida no século XXI. Diante de tal contexto, o machismo está arraigado na sociedade desde o surgimento das primeiras civilizações, em que o homem era o patriarca da família e a mulher tinha que ser submissa e respeitá-lo como seu superior. Dessa forma, a mulher não tinha reconhecimento e vivia uma vida opressiva e sem direitos, assim, o que lhe cabia era as funções de cuidar da casa, do marido e dos filhos. Entretanto, infelizmente essa prática ainda existe na sociedade contemporânea. Mas, mesmo as mulheres sendo subjugadas inferiores e incapazes de realizar atividades que antes eram consideradas masculinas, hoje através de vários movimentos sociais garantiram seu espaço na sociedade e direitos que antes era negado, por exemplo o voto.            É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o ministério da justiça deve melhorar a segurança pública, assim, promover a diminuição da violência contra a mulher e garantir uma sociedade  mais justa em que as mulheres possam viver com dignidade e respeito. Ademais, como já dito pelo pedagogo Paulo Freie, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o ministério da educação deve instituir, nas escolas, palestras, seminários, teatro educativos ministradas por psicólogos, professores, que discutam o combate à violência contra a mulher, afim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.