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Enviada em: 27/09/2019

Na obra Quarto de Despejo, a escritora Carolina Maria de Jesus retrata em forma de diário a sua vida como moradora da favela do Canindé. Nesse livro, a autora relata com frequência os casos de violência sofridos por suas vizinhas que são agredidas por seus respectivos companheiros. Embora, o diário de Maria Carolina retrate o final da década de 50, o problema da violência contra as mulheres persiste até os dias atuais. Por esse motivo, é necessário analisar como a sociedade e o Estado corroboram com a recorrência desses casos na sociedade brasileira. Nesse contexto, a violência contra a mulher está estruturada na nação. Isso ocorre, porque a mulher é tratada como um ser inferior,indefeso e que necessita do homem para sobreviver. Sob essa óptica, o sociólogo Emille Durkheim afirma que as ações exteriores e coercitivas são desempenhadas pelo fato social que é capaz de determinar as maneiras de agir do cidadão. Dessa maneira, as mulheres são coagidas pela sociedade a qual impõe a necessidade de um homem para alcançar a felicidade. Entretanto, essa ideia reflete nos casos de violência sofridos por essa parcela da população, uma vez que infla o ego dos homens e estimula atitudes machistas. Além disso, esse  sentimento de inferioridade dificulta a denúncia dos casos infratores e portanto contribui com a persistência do problema. Além da sociedade, o Estado também é responsável pelos casos de violência contra a mulher. Isso, porque as instituições e corporações que deveriam proteger essas vítimas são ineficientes.Por exemplo, atualmente, existem as delegacias da mulher que deveriam garantir a segurança e facilitar as denuncias das vítimas. Entretanto, a falta de capacitação dos funcionários e a burocratização desestimulam essa parcela da população que se sente insegura para relatar o agressor. Diante disso, a criação de leis apresenta-se ineficaz caso não ocorra mudanças nas instituições, dados como os divulgados pelo jornal Folha de São Paulo no qual uma mulher é agredida a cada 4 minutos serão constantes. Portanto, a sociedade brasileira e o Estado corroboram com a perpetuação da violência contra a mulher. Por esse motivo, o governo por meio do Ministério da Justiça deve promover mudanças no que se refere as instituições responsáveis por coibir a violência. Para isso é necessário que as denúncias possam ser feitas no domicílio, ou que sejam disponibilizados meios de locomoção para promover uma ação das mulheres.Além disso, o Ministério da Saúde deve introduzir profissionais, como por exemplo psicólogos com a função de apoiar as mulheres vítimas de maus tratos. Dessa forma, esses ataques contra o gênero feminino serão interrompidos e apenas lembrados nas obras literárias.