Materiais:
Enviada em: 22/07/2017

Atualidade atemporal       É indubitável que a figura feminina é constante alvo de opressão e configurações inferiorizantes. Nesse contexto, sabe-se ainda de crescentes taxas referentes à violência de gênero na realidade brasileira. Frente a provectos fatores histórico-sociais e insuficiências governamentais, a problemática instala-se deixando sequelas físicas e psicológicas em suas vítimas.       A violência contra mulher advém de diversos precedentes, estando entre eles a herança de visões patriarcais. Com ênfase, a predominância de homens como atores da agressão indica  seu caráter de rastilho histórico, uma vez que resulta de fragilização e subjugação da parcela feminina na sociedade. Destarte, de modo determinista, comportamentos contemporâneos recebem influência de tal postura.       Além disso, também dão subterfúgios ao quadro vigente deficitários sistemas educacional e judiciário. Segundo Immanuel Kant, "O homem é o que a educação faz dele"; depreende-se, portanto, a importância dessa na formação de valores atualmente ausentes nos cidadãos infratores. Outrossim, medidas de caráter paliativo ou lento - como prisões rápidas, preventivas e processos não resolvidos - dão lugar à impunidade a qual, por sua vez, corrobora com os atos transgressores e sua continuidade.       Sob outro ângulo, é possível ainda avaliar a resiliência do problema na esfera social ao analisar, conforme a literatura machadiana, aspectos da natureza e ética humanas. Nesse âmbito, o homem é visto como um ser corrompido e corrupto no qual há quase ausência de princípios. Assim, adicionam-se aos fatores supracitados caracteres inatos, logo atemporais e tendentes à permanência.       Dado o exposto, percebe-se que a violência carece ser solucionada e tem bases antigas, mas que podem ser superadas. É mister, portanto, intensificar e consolidar medidas já vigentes, de modo que sejam mais rígidas. Os sistemas judiciário e policial devem exercer fiscalização persistente. Ademais, é imperioso oferecer apoio às vítimas para que possam se recuperar dos danos sofridos, por meio de programas e grupos de suporte em que sua autoestima possa ser recuperada. Também é importante a veiculação de campanhas midiáticas objetivas, chocantes e abrangentes para conscientizar e palestras escolares para o mesmo fim. Assim, talvez, o pensamento pessimista de Machado possa ser vencido, o homem consertado e a violência, erradicada.