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Enviada em: 23/08/2017

Em meio à era da informação, na qual a educação formal parece ser supervalorizada, o feminicídio, derivado do machismo, está em tendência de crescimento - dados mostram que as agressões contra mulheres triplicaram nos últimos anos. Ora, se uma sociedade valoriza a informação e o "culto", é de se esperar que todos os setores de sua população estejam em harmonia. No entanto, a realidade se prova diferente.       Para entender o feminicídio, precisa-se antes compreender o patriarcado e os pilares históricos e sociais que o sustentam. Ao longo da trajetória ocidental, às mulheres eram reservados os papéis de propriedade do homem e cuidadora do lar. Após séculos de silenciamento e décadas de luta nos últimos cem anos, as mulheres conquistaram direitos básicos como educação e voto. Ainda assim, apesar de terem garantido-os, mulheres enfrentam agressões psicológicas e até físicas por esse motivo específico: a maneira como a sociedade está acostumada a vê-las.       Portanto, é necessário avaliar por que, mesmo com a disponibilidade de informações da contemporaneidade, os crimes não cessam. A criação de leis e delegacias especializadas tem se provado ineficiente no combate aos números do feminicídio. Embora a conscientização do problema seja amplamente discutida nos anos recentes, a cultura que lhe dá origem não é identificada e combatida. Além do reforço da lei, precisa-se de que a sociedade tenha uma ideia clara dos contextos históricos e culturais por trás do machismo e, consequentemente, do assassinato de mulheres como seu resultado.       Considerando as reflexões sobre o problema, e levando em conta que as taxas não têm diminuído, o Estado tem de reforçar suas medidas de proteção e anonimato em denúncias, além de propor medidas de prevenção e conscientização da cultura do machismo, especialmente em escolas. Ademais, à mídia cabe parar com os estereótipos femininos negativos e criar personagens mulheres e histórias mais reais, contribuindo com o fim da cultura sexista.