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Enviada em: 15/09/2017

Clarice Lispector disse certa vez que: "Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome." Ao olhar as amarras sociais brasileiras, tal frase passa a ter sentido. Pois, seja por fatores histórico-culturais ou pelas instabilidade judiciária, a violência contra a mulher persiste fervorosamente no coletivo. Assim, é necessário uma análise além do senso comum que se calca na intransigência para com a problemática.       É indispensável, antes de tudo, ressaltar a cultura patriarcal o qual a sociedade está inserida. De maneira análoga ao modelo heliocêntrico, o homem durante muito tempo fora colocado ao centro - o chefe de família, o provedor - enquanto que o restante familiar orbitava ao seu redor. A figura autoritária e autárquica cristalizada perante a história lhe conferiu direitos ilimitados e, principalmente, a abusar ou agredir a mulher que ficara submissa às suas ordens e também silenciada perante qualquer decisão.       Por outro ângulo, há o desamparo judicial a respeito do momento pós-denuncia executado pela vítima. A falta de acompanhamento para com as mulheres que sofreram algum tipo de violência, é terreno fértil para ameaças de seus agressores, que fazem com que muitas retirem as queixas por insegurança. Desprotegidas e temerosas, milhares delas são assombradas por injúrias e, que é agravado pela ausência de fiscalização da justiça a fim de contornar essa mazela.       Torna-se evidente portanto que, a violência contra a mulher é um mal arraigado entre a população canarinha e por isso devem-se buscar atitudes que atenuem e acabem com isso. Para tanto, é preciso que o Estado, em especial o Superior Tribunal de Justiça reveja a lei e ofereça atendimento e proteção à mulher no pós-denúncia para garantir o processo de punição do transgressor. ONG's em parceria com escolas podem oferecer desde já aos pequenos, palestras e oficinas que estimulem o respeito pelo sexo feminino a fim de garantir a boa conduta. Além disso, a sociedade deve agir assim como o Imperativo Categórico  de Kant, agir como se suas respectivas ações devessem se tornar uma lei universal para cultivar a paz. Pois, só assim conforme tais medidas poderá se entender o que Lispector quis dizer, e nomear o respeito para ter a liberdade de maneira efetiva.