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Enviada em: 21/10/2017

Mulher: ator social fundamental       Dentre as metas da ONU para a contemporaneidade, encontra-se o empoderamento feminino. Não obstante, no Brasil, esse processo enfrenta obstáculos, devido à persistência da violência contra a mulher. Tal quadro decorre tanto da baixa eficiência dos órgãos que lidam com agressões às mulheres, quanto do legado histórico do Brasil.         Nesse contexto, a característica machista e patriarcal da sociedade brasileira acentua a submissão da mulher em relação ao homem. Essa situação podia ser notada de modo nítido na Primeira República, em que à mulher era reservado um papel puramente doméstico, como a guardiã do lar e dos filhos. É por esse motivo que Monteiro Lobato, escritor pré-modernista, não se importou ao registrar, no conto “Negrinha”, que depois de ter brincado de boneca e ter tido filhos, “a mulher está extinta. Destarte, muitos casos de violência contra a mulher possuem a aquiescência do povo, que sempre tende a pensar na mulher como a causadora do conflito.        Ademais, existe uma falta de rigor na conduta de instituições que deveriam zelar pela proteção da mulher. Em relação aos órgãos judiciários especializados em casos femininos, por exemplo, das centenas de milhares de processos que envolvem agressão contra a mulher, somente em torno de um terço já foi julgado. Assim, cria-se uma conjuntura desfavorável à mulher, que, em vez de se sentir protegida pela atuação da justiça, permanece sem esperanças quanto à possibilidade de seu agressor ser julgado, o que gera um recrudescimento nos casos de violência.        Portanto, é imprescindível que sejam tomadas ações que revertam o cenário de violência contra a mulher no Brasil. Por conseguinte, para que os relatos de abusos sofridos pelas mulheres sejam transformados em medidas judiciais eficazes, o Governo Federal deve criar mais delegacias da mulher, e também pressionar os órgãos judiciários na rapidez dos processos. Outrossim, é necessário que as escolas, por meio de aulas de história focadas no protagonismo feminino, encorajem a visão de seus alunos a conceberem a mulher como ator social fundamental.