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Enviada em: 17/06/2018

Tinha uma pedra no meio do caminho       O Brasil é um país miscigenado, pois como disse Sergio Buarque, as três etnias se desfizeram e por meio da fusão criou-se o brasileiro. Entretanto, essa mistura da cultura negra e indígena, com a europeia não é respeitada nem mediante a lei. Ou seja, existe, sim, um problema no país ligado, principalmente, a intolerância religiosa relacionada a cultura negra e ameríndia, predominantemente, a qual está ligada a história e cultura nacional.       O imperialismo europeu deixou um legado histórico no país – o etnocentrismo. As práticas religiosas que não são 100% frutos da europa, ainda hoje, são vistas como religiões inferiores. Por exemplo os índios brasileiros e latino americanos precisavam ser batizados, recebendo um novo nome católico, para que fossem considerados seres humanos. Isso vai totalmente contra a teoria estruturalista antropológica atual, que refere-se a cada sociedade como única com suas particularidades, sem que uma seja melhor ou pior que a outra.       O problema, porém, não se resume a isso, pois a nação verde e amarela é considerada laica por lei e multicultural do ponto de vista sociológico, contudo esse fator não foi totalmente incorporado a cultura individual. Porque, atualmente, os cidadãos que possuem uma religião diferente das demais – precisam praticar sua religião as margens da sociedade ou escondidos, como faziam os escravos, por meio do sincretismo religioso. Por causa do medo de serem julgados, agredidos ou apedrejados pelos demais. O que vai contra a fala do filósofo Voltaire: “posso não concordar com o que dizes, mas defenderei o direito de dize-lo”, a menos, claro, que o discurso vá contra as leis do país.       Torna-se evidente, portanto, a problemática relacionada ao desrespeito religioso no país. Desse modo, caminhos precisam ser trilhados nesse combate, primeiramente, o MEC precisa trabalhar melhor nas escolas o respeito aos aspectos, principalmente, religiosos da cultura negra, indígena e geral. Por meio de atividades lúdicas que envolvam pais e filhos na luta contra a intolerância religiosa, para que o respeito esteja em primeiro lugar nas relações. Ademais, o Ministério da Cultura, com o apoio do Judiciário, deve promover campanhas de cunho midiático, mostrando à sociedade que o desrespeito a cultura religiosa é crime e gera pena prisional. A fim de que a pedra no meio do caminho seja retirada da melhor maneira possível.