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Enviada em: 16/10/2018

A Constituição Federal de 1988 assegura a liberdade de manifestação e crença religiosa. Contudo, a sociedade brasileira se distingue muitas vezes dessa realidade. Nesse contexto, é fundamental analisar como a herança histórica e o individualismo contribuem para a manutenção dessa problemática.       Em primeiro lugar, o preconceito religioso no Brasil tem origem histórica. Durante o período de colonização portuguesa, padres jesuítas eram responsáveis por catequizar os nativos, impondo a religião predominante da Europa: o catolicismo. Além disso, décadas depois, escravos africanos eram impedidos manifestar suas crenças, sendo severamente punidos caso descumprissem com essa imposição. No entanto, é inaceitável que, em um país multicultural, uma religião subjulgue as outras, o que deve ser combatido em um Estado laico.       É válido ressaltar, ainda, que a falta de pensamento coletivo estimula à prática de discriminação. Segundo a obra "Modernidade Líquida" do filósofo polonês Zygmunt Bauman, a principal característica da pós-modernidade é o individualismo, responsável pela incapacidade de tolerar as diferenças. Prova disso foi o caso de uma menina praticante de candomblé que, em 2015, foi agredia com pedradas no Rio de Janeiro. Ainda que considerado um crime, infelizmente, os agressores fugiram e não foram punidos.       Faz-se necessário, portanto, uma intensificação no combate a intolerância religiosa no Brasil. Para isso, os grandes veículos televisivos devem, por meio de ficções engajadas, apresentar a diversidade de crenças existentes no país, representando suas manifestações e importâncias culturais, a fim de desconstruir os preconceitos históricos. Ademais, o Ministério da Educação deve instituir a obrigatoriedade da disciplina de Ensino Religioso, com o objetivo de instruir os jovens a respeitar as diferenças. Dessa forma, diferentemente da teoria de Bauman, obteremos uma sociedade mais sólida e tolerante.