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Enviada em: 06/10/2018

É indubitável que a sociedade brasileira é pluralmente cultural, rica em crenças, cultos e religiões. Não obstante, proporcional a essa diversidade encontra-se a violência e discurso de ódio a diferentes religiões, que é proporcionada por ideologias racistas, ignorância e pela falta de empatia social, características que persistem na sociedade moderna. Ademais, a intolerância lesiona vigorosamente o direito constitucional à liberdade religiosa e abre mais espaço ao preconceito na sociedade.    Destarte, a falta de compreensão e respeito a opção religiosa do próximo é um problema tão presente e crítico, de forma que, é responsável por criar ,historicamente, grandes movimentos violentos e guerras. Tem-se como exemplo o  ódio disseminado pelo Nazismo aos judeus na Segunda Guerra Mundial e até mesmo a exclusão social de islâmicos em sociedades ocidentais. De acordo com a Secretária de Direitos Humanos, no Brasil observa-se que 75% das denúncias de preconceito religioso trata-se de religiões africanas, praticadas - em maioria - por  negros, a vista disso, é perceptível que os grupos com representação política minoritária estão mais expostos a ataques  religiosos.     A grande causa da persistência de ações intolerantes pode está associada ao perfil da sociedade contemporânea.  Para Zygmunt Bauman trata-se de uma ''modernidade líquida''  que favorece o egocentrismo, e por consequência o indivíduo está propenso a achar-se proprietário das verdades. Ao modo que, a empatia social acaba se dissolvendo na população, proporcionando um ambiente favorável a choques religiosos. Não obstante, a falta de prática e fiscalização da Lei 16/2001, que garante a liberdade a manifestação religiosa no Brasil aliada à ausência de  ferramentas que difundam a tolerância e respeito em sociedade, promove um Estado desigual e religiosamente hostil.           A enraização do preconceito religioso na sociedade brasileira, portanto, é responsabilidade e fruto da própria  sociedade estratificada, individualista e por consequência intolerante, no qual o Governo regente possui dificuldade de aplicar a Constituição e fazer valer os direitos a liberdade religioss de forma igualitária e eficiente. A partir disso, é necessário que o Ministério de Cultura aliado ao Ministério de Educação, implemente nas escolas programas extracurriculares, em que o propósito seja expor às crianças e jovens a diversas religiões e instigar os próprios  alunos a compartilhar a suas doutrinas de forma didática, promovendo assim, o bom convívio, aceitação, diálogo e principalmente respeito às crenças diversas. Para Immanuel Kant, é na falha educacional que se assenta os problemas da sociedade, por isso é necessário olhar cautelosamente para o sistema educacional e promover a aliança ''escola-família'', para que se construa um país menos violento e tolerante.