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Enviada em: 31/07/2019

O "super-homem" idealizado pelo célebre filósofo Nietzsche, caracteriza o indivíduo capaz de livrar-se das amarras sociais. Entretanto, ao que tudo indica poucos parecem entender essa lição no que diz respeito à intolerância religiosa no Brasil. Com efeito, nota-se um cenário que fere não somente a liberdade de expressão mas também a identidade de muitos indivíduos. Desse modo, faz- se necessário caminhos para combater o preconceito e a discriminação diante da crença.        Em primeiro plano, a intolerância religiosa contribui para a perda do direito de se manifestar. A esse respeito, o processo colonizador brasileiro impôs aos indígenas e africanos a religião portuguesa como única e suprema. No entanto, essa herança onerosa perdura até os dias de hoje, visto que quem manifesta outros dogmas é subjugado e até mesmo perseguido. Tal fato fica comprovado pelo caso de grande repercussão da menina de 11 anos que foi apedrejada quando saia do terreiro de Candomblé, em 2015 no Rio de Janeiro. Assim, negar a heterogeneidade das religiões é impedir a liberdade de expressão e de crença. Contudo, é contraditória que a perseguição religiosa se mantenha mesmo em uma sociedade que assegura o livre sentimento de crença.        Por outro plano, conforme exposto no filme "A Origem", a ideia é o vírus mais perigoso que existe. Assim, ideologias preconceituosas culminam para o quadro de fanatismo religioso. Sob esse viés, como exemplo são as intensas visões deturpadas entre a comunidade islâmica e o terrorismo radical, no qual fica evidente em discursos de ódio, ações violentas e ataques a locais de culto e mesquitas. Ou seja, a falta de conhecimento e a incompreensão aos costumes e princípios de certas religiões constituem-se como uma barreira para o combate à intolerância religiosa, o que se mostra um grave problema ao Estado Democrático de Direito, pois fragiliza a dignidade e identidade de muitos indivíduos.        Mediante ao elencado, fica claro que a não tolerância as crenças no Brasil tem raízes diversas e devem ser suprimidas. Sendo assim, o Ministério Público Federal, mediante ações judiciais pelo Poder Judiciário com prioridade, deve denunciar os casos de agressões motivados pelo sentimento religioso, com vistas a punir os agressores e garantir os direitos civis e a liberdade de expressão a todos cidadãos. Ademais, a escolas competem, por meio de palestras e aulas direcionadas, veicular conteúdos capazes de mostrar aos alunos as mazelas ideológicas advindas da intolerância religiosa, bem como infornar dos diferentes credos existentes, com isso, haveria reconhecimento da pluralidade e a formação de uma sociedade respeitosa e inclusiva.