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Enviada em: 19/03/2017

Intolerância religiosa: uma alienação em conjunto             No Brasil o processo de catequese dos nativos pelos padres jesuítas é tido como o marco inicial da intolerância religiosa no país. Portanto, a falta de instrução educativa, juntamente à dificuldade social em estabelecer linhas de diálogo entre os seguidores das diversas doutrinas, concretiza a intransigência religiosa que, outrora, vem ocupando papel protagonista em muitos conflitos, atualmente.           Uma pesquisa feita pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (SNDH) revelou que as religiões de matriz africana são aquelas que mais sofrem perseguição ou discriminação. Ou seja, é evidente a alienação educacional da sociedade, acerca da diversidade religiosa presente no país, visto que, por convenção social e admitida por algumas igrejas, costumam atribuir a certas doutrinas religiosas como, por exemplo, o Candomblé um caráter obscuro ou, até mesmo, “satânico”.         A intolerância religiosa se baseia no preceito da sobreposição de uma religião perante a outra. Nesse sentido, a dificuldade em estabelecer uma comunicação entre indivíduos de doutrinas diferentes acaba por gerar uma aversão entre as partes ou, pelo menos, em uma delas Como, por exemplo, o caso da menina que foi apedrejada ao sair de um culto do Candomblé, no Rio de Janeiro. Leandro Karnal afirma que “por trás de todo preconceito ou intolerância há o medo”, ou seja, há o temor de que tudo aquilo que é tão hostilizado se difunda, se espalhe pelas diversas camadas sociais.         Diante da problemática acerca da intolerância religiosa, são necessárias medidas cabíveis para acabar de vez com esse quadro de ignorância e hostilidade. Portanto, cabe ao governo federal, em parceria com o setor midiático, promover uma maior comunicação entre as religiões, divulgando, através de redes sociais, jornais e revistas, um pouco da cultura e dos princípios de cada uma. Às instituições escolares, cabe o dever de ensinar, de forma laica, acerca das diversas doutrinas religiosas e instruir os alunos a respeitarem todos aqueles que possuem princípios ou dogmas antagônicos aos seus.