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Enviada em: 23/03/2017

O  país da diversidade e intolerância    A chegada dos portugueses em 1500 trouxe, além de divergências sociais, uma cultura baseada no cristianismo para nativos que tiveram suas crenças influenciadas por valores que afetariam o restante da história brasileira. A intolerância religiosa é hoje um obstáculo humanitário para a vivência social em um país com bandeira laica onde a miscigenação cultural é concomitantemente razão de orgulho e consequência mortal à aqueles denominados infiéis.   O respeito a liberdade de expressão é o maior desafio para o fim da intolerância, uma vez que a aceitação de valores contrários é para muitos sinônimo de inferioridade diante da cultura dominante. A intolerância religiosa está diretamente associada aos demais ramos de preconceito existentes no Brasil, fato abordado pela pesquisa da Secretaria de Direitos Humanos onde o número de denúncias entre 2011 e 2014 demonstra superioridade na violência contra fiéis de religiões afro-brasileiras. Mesmo havendo leis condenando tais atos violentos, a religião ainda é um dos principais motivadores dos mesmos.    A não aceitação de dogmas religiosos ameaça o respeito e a convivência em sociedade no século da liberdade. O Brasil, país da miscigenação, deveria honrar sua diversidade e não condenar suas diferenças, uma vez que essa violência é desnecessária. Afinal, a religião e a fé, na maioria das vezes, não possuem como seu princípio a paz?    Em virtude dos fatos apresentados é perceptível que para combater a intolerância religiosa não se deve basear em princípios violentos , essa mudança deve partir das virtudes de cada agressor. O Estado por sua vez deverá honrar sua laicidade não podendo exercer influência em nenhum setor social e o conteúdo da mídia ser inspecionado para não influenciar o telespectador ao seguimento de correntes religiosas. Assim, com a colaboração de cada setor social e cada cidadão, a religião deixará de ser causa de violência e passará a representar a diversidade cultural brasileira.