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Enviada em: 11/04/2017

Desde a colonização, o Brasil carrega a tradição de apagamento de determinadas religiões. A catequização de povos indígenas, e, posteriormente, a proibição de manifestações religiosas africanas são exemplos do viés opressivo que o Estado escolheu. Com o desenvolvimento da era republicana, leis que garantem a liberdade de qualquer crença foram instauradas para, enfim, corrigir os erros do passado. Na contemporaneidade, entretanto, mesmo com o advento de uma Constituição inclusiva, a intolerância religiosa ainda está presente na sociedade.   Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que as religiões afro-brasileiras são as mais afetadas. Nesse sentido, é impossível disassociar o racismo desse ponto. Ainda estão enraizados no povo conceitos discriminatórios, que associavam a cultura negra à bruxaria. Um exemplo disso é o caso recente de uma jovem do sudeste que foi apedrejada ao sair de um culto de candomblé. Assim, fica claro que o combate ao racismo também é uma forma de enfrentar a violência religiosa.   Além disso, é importante apontar o papel da mídia. Muçulmanos portando armas, evangélicos agressivos e umbandistas maliciosos e vingativos são alguns esteriótipos apresentados em séries e novelas brasileiras. Desse modo, há uma propagação constante de imagens naturalizadoras de preconceitos que, futuramente, poderão incentivar crimes de ódio.   Fica claro, portanto, que a discriminação à crenças perdura no país há tempo demais, e está na hora de enfrentá-la. Logo, faz-se necessário que a mídia use programas e personagens para quebrar esteriótipos e mostrar a diversidade da nação. Ademais, o governo executivo deve cumprir seu papel e punir quem se opor à liberdade religiosa. Além disso, as escolas devem levantar a bandeira da conscientização e promover eventos e debates sobre respeito às diferenças. Só assim o país poderá romper com as cruéis heranças de um passado colonizador e invasivo.