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Enviada em: 27/04/2017

Ao longo do desenvolvimento do Estado brasileiro, caracterizou-se de maneira gradativa a formação de uma sociedade cada vez mais miscigenada e diversificada. Diante desse cenário, surge a problemática em torno da intolerância religiosa que persiste intrinsecamente, ligada a realidade do país, seja a partir do reflexo histórico, seja pela lenta mudança da mentalidade social, tornando-se fundamental a articulação de medidas para combater esse mal da raiz.   Sobretudo, ao analisar a questão sobre um plano histórico, observa-se a herança do pensamento etnocêntrico. Durante a colonização, os Portugueses instauraram sob tal visão as missões jesuítas, consolidando o catolicismo como a única fé inabalável. Desse modo, integrantes de outras matrizes religiosas, a exemplo da Afro-brasileira ainda são vítimas de preconceitos que se expressam por meio de violências físicas e morais, infringindo o direito de liberdade individual. Diante disso, a mudança da mentalidade social deveria ser algo trabalhado nas escolas.     Entretanto, muitos fatores impedem a resolução do problema. Apesar da existência de leis e mecanismos de defesas que condenem a intolerância, esses mostram-se insuficientes e mal fiscalizados, permitindo a impunidade do infrator.  Além disso, por medo ou ameaça, muitas pessoas deixam de denunciar e de expressar seu direito de liberdade de expressão que, para Durkheim é crucial para o entendimento da sociedade.    Fica claro, portanto, a necessidade de propor medidas para que haja o fim desta realidade. Por isso, cabe à Policia Federal aliada à mídia, estimular a denúncia, além de promover a ampliação dos mecanismos de defesa, garantindo o atendimento adequado a vítima e ao agressor uma punição rigorosa que o faça refletir a cerca de seus atos. Ademais, as escolas devem providenciar mais debates sobre o tema, com a ajuda de psicólogos, além de garantir a convivência e um estudo amplo sobre a matriz religiosa, afim de consolidar valores étnicos e morais. Afinal, como afirmou Hellen Keller, o resultado mais sublime da educação é a tolerância.