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Enviada em: 21/07/2017

A manifestação religiosa é constituinte cultural de um povo, e dentro de um país de formação extremamente heterogênea como o Brasil, as diversas crenças existentes têm de conviver em harmonia. Entretanto, o que se observa desde o primeiro contato entre portugueses e indígenas é o repúdio ao diferente, fato que, se propaga na sociedade contemporânea e rivaliza grupos religiosos em última instância gerando atos de violência física.  A grande mistificação de africanos e ameríndios criou na visão cristã portuguesa um grande medo e a inferiorização do culto a seus deuses até então desconhecidos. Essa mentalidade persiste atualmente na medida em que a sociedade cria preconceitos com relação a religiões afro-descendentes, e antes mesmo de aprofundar o conhecimento sobre elas como as divisões de Candomblé e Umbanda estigmatizam todas como práticas ruins ou macumba. As oferendas frequentemente encontradas nas ruas, por exemplo, causam estranhamento e olhares assustados dos que passam.   Embora seja um Estado laico, o Brasil apresenta fortes marcas do Catolicismo, religião de maior número de fiéis no país, e a população que segue outras vertentes encontra-se cada vez mais às margens sociais. Os conceitos etnocêntricos de diversos grupos já saíram do âmbito ideológico e hoje atingem o patamar físico, como no episódio ocorrido no Rio de Janeiro, em 2015, em que uma menina foi vítima de uma pedrada atirada como forma de intolerância, uma vez que, ela usava vestimentas próprias de sua religião.    Portanto, é necessário uma atuação de escolas e instituições de ensino para que através de palestras possam incutir na sociedade novos paradigmas de respeito e aceitação de nossa diversidade religiosa. E por fim o governo deveria atuar na investigação dos casos de preconceito e punição dos agressores para que se faça cumprir a lei vigente num Estado que constitucionalmente não possui religião e prega o respeito a todas.