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Enviada em: 13/08/2017

É inegável que a intolerância religiosa está presente na sociedade, em suas mais variadas esferas. No Brasil, não é diferente. Principalmente levando em consideração uma análise do passado histórico-cultural do país. O comportamento da população brasileira foi moldado de acordo com uma visão etnocêntrica do mundo, enraizando a intolerância acerca de outras crenças e culturas, com destaque para as de origem africana.           Na época da colonização do território brasileiro, uma das primeiras medidas da Coroa portuguesa foi o envio de representantes da Companhia de Jesus à colônia americana, com o objetivo de fazer do catolicismo sua religião oficial. A partir disso, a construção do povo e dos costumes brasileiros teve como base os valores cristãos, que ainda hoje exercem forte influência sobre grande parte da sociedade do país. Consequentemente, observa-se, nos dias de hoje, mesmo em meio à uma população altamente miscigenada, que ainda existe uma dificuldade em aceitar e respeitar as diferentes etnias.        Segundo dados obtidos pela Secretaria de Direitos Humanos, os fiéis de religiões afro-brasileiras são as principais vítimas de intolerância religiosa no Brasil. O modo como as crenças africanas eram reprimidas e difamadas no passado devia-se, além do contexto da discriminação racial, às particularidades que caracterizam seus costumes e rituais. A persistência desse preconceito ocorre, principalmente, pela pouca preocupação, principalmente da mídia, em desconstruir a imagem distorcida da cultura afro-descendente.       Tendo em vista o que foi posto, evidencia-se que medidas são necessárias para solucionar o problema. Por exemplo, a retirada, por parte do governo, da obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas, que é voltado ao catolicismo e, por tanto, vai de encontro à laicidade do Estado e à liberdade de crença, ambos previstos na constituição. Ademais, é importante que as instituições de ensino estimulem o respeito às diferenças étnico-religiosas, além de promover projetos e pesquisas que incentivem crianças e adolescentes a conhecerem mais sobre a diversidade cultural, favorecendo a desconstrução das ideias distorcidas e do que prega o senso comum.