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Enviada em: 28/08/2017

O teocentrismo e a imposição do Cristianismo pregado pela Igreja Católica em toda Europa, desencadeou um processo de marginalização sobre outras crenças e culturas. Com isso, foi-se gerando um processo de repúdio às demais doutrinas e que se faz presente até os dias atuais. Nesse contexto, é necessário analisar como a violação contra a laicidade constitucionalizada em 1988 no país, a falta de conhecimento sobre as diversas etnias existentes no mundo e a até mesmo a ineficácia de punições severas, contribuem para a permanência de casos de intolerância religiosa no Brasil.    Muitas instituições públicas, principalmente de ensino, carregam consigo uma crença e acabam influenciando adultos e crianças sobre o que acreditam. Isso se deve ao fato de que a colonização brasileira fora marcada pela visão dos portugueses, assim, foi se enraizando ao longo da história que somente o Catolicismo deveria ser aceito e pregado. Em decorrência disto, nota-se, até hoje, que muitas instituições públicas, como escolas, hospitais e até mesmo cidades, apresentam dogmas fixos desde o período colonial. Conforme verificado pelo Questionário Diretor Prova Brasil, 66% das escolas ministram ensino religioso, além de fazerem orações, o que contribui para que seus alunos aprendam e discutam sobre a religião. Porém, em alguns casos, as escolas se mantém ''fechadas'' para outras vertentes, ocasionando a alienação daqueles indivíduos e ferindo a democracia do Estado.    Outro fator que acarreta os casos de intolerância é o poder da Igreja sobre um fiel. Isso acontece porque o indivíduo é levado a crer em algo e quando encontra uma organização que vá ao encontro de seus valores, adota esta como única fonte de sabedoria e verdade. Com isso, não busca saber outras filosofias, tendendo a julgar ideais distantes do seu. De acordo com os dados do disque 100, criado pela Secretária Nacional dos Direitos Humanos, dos 1.014 casos de intolerância, 71% são contra adeptos  de religiões de matrizes africanas, reafirmando o preconceito consolidado durante a história. Ademais, muitas das denúncias não são de fato averiguadas e os criminosos saem impunes e acreditando que suas ações não terão nenhuma consequência grave.    Torna-se evidente, portanto, que o Estado e a sociedade devem resolver esse impasse. O primeiro juntamente com escolas e espaços públicos, devem realizar debates e palestras, ministradas com teólogos e filósofos, para ajudar a desmistificar os preceitos estabelecido, fazendo com que as pessoas discutam e conheçam novas opiniões. Além disso, o poder legislativo deve reformular a lei sobre intolerância e juntamente com a polícia, punir os criminosos de forma mais severa, com isso os números de casos diminuirão.  De acordo com Immanuel Kant ''A sociedade é aquilo que a educação faz dele'' sendo assim, mudando o pensamento dos jovens desde cedo, podê-lo-emos reverter o cenário atual.