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Enviada em: 13/09/2017

Nenhuma pessoa deve sofrer discriminação pela sua cor de pele, religião ou etnia. Esse é um dos princípios defendidos pela Declaração dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal de 1988. No entanto, o processo histórico de formação do Estado brasileiro e a ineficácia das leis são dois dos principais pilares dessa intolerância religiosa.       Deve-se estacar, primeiramente, que os períodos coloniais na américa portuguesa (séculos XVI à XIX) foram essenciais para a disseminação da intolerância religiosa. Dessa forma, muitos padres e bispos portugueses utilizaram-se da época da Contrarreforma, período de expansão da fé católica, para promover a catequese obrigatória de milhares de indíos e escravos negros africanos. Nesse sentido, indígenas e escravos que tentassem manter sua religião e tradições originais sofriam com duras punições físicas. Logo, o preconceito ligado à religiosidade na sociedade brasileira atual é o resultado de anos da negação de um sincretismo.       É importante observar, também, que a ineficiência do poder Executivo contribui diretamente para o aumento de casos ligados à intolerância religiosa. Dessa maneira, sinagogas judaicas, templos budistas e casas de candomblé sofrem com apedrejamentos e pichações que disseminam o ódio porém nenhuma pessoa é incriminada. Uma pesquisa realizada aponta que as religiões africanas são as que mais sofrem com a intolerância no Brasil. Assim, mudar esta realidade é uma necessidade e não um fato opcional.       O que é o preconceito senão uma falta de consciência com a própria espécie. Percebe-se na frase do pensador e geógrafo brasileiro Milton Mendes que a intolerância religiosa é um mal que consome toda a sociedade e precisa ser combatido. Portanto, é importante que discussões construtivas sejam abertas dentro do espaço escolar e no meio familiar com o objetivo de difundir ideias de igualdade e a multiculturalidade religiosa. Para mais, a necessidade da reunião dos três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) visando uma melhor elaboração e aplicação das leis que estão envolvidas em casos de intolerância e preconceito. Outroassim, a mídia e as plataformas digitais, como importantes instrumentos de conscientização social, realizem propagandas e programas que incentivem a promoção da complacência religiosa.