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Enviada em: 28/09/2017

A intolerância religiosa não é um problema atual. Desde o Período Colonial, o método da catequização jesuítica visava impor uma crença considerada superior. Nesse aspecto, anos depois, a busca por caminhos para combater essa problemática é contínua. Entretanto, a mentalidade xenofóbica e a herança histórica existente não permitem a expressão das religiões que colorem o país.   O principal empecilho para a garantia dessa liberdade de manifestação é a falta de aceitação por parte majoritária da população. Isso ocorre devido à permanência do sentimento de aversão àquilo que é "estranho". Além disso, a falta de conhecimento dessas práticas culturais implica na forma pela qual  os fiéis de cada religião são vistos e inseridos na sociedade, pois conforme Roque Laraia, a cultura é a lente pela qual o indivíduo enxerga o mundo. Dessa forma, as críticas aos divergentes dogmas aumentam tanto quanto os índices de violência física.   Por outro lado, os conceitos precedentes de um passado pautado em teorias etnocêntricas também não facilitam a mitigação das práticas de intolerância. Isso porque mesmo o Estado enfatizando sua laicidade, ainda há vestígios dos princípios marcados por uma ideologia cristã. Ademais, os próprios cidadãos refletem a maior adesão ao modelo religioso considerado exemplar, no entanto, havendo uma perceptível representação de outras crenças. Assim, a morosidade em se efetivar o que se encontra no Código Penal diminui a relação de alteridade que é de fundamental importância.   Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Segundo Jean-Jaques Rousseau, a vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos. Sendo assim, o Ministério da Cultura em parceria com o da Educação poderia promover palestras ministradas por profissionais da área que trabalhem a questão da diversidade religiosa como símbolo da identidade nacional. Mas também, que a Polícia Civil disponibilize plataformas online a fim de tornar viável a ocorrência de denúncias, priorizando o anonimato em casos de não identificação. Dessa forma, será possível conquistar a aquarela brasileira, inicialmente cheia de cores, não apenas na letra da canção.