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Enviada em: 04/10/2017

No limiar do século XXI, é indubitável que o caminho para o respeito ao diferente é um desafio global.  Nesse sentido, a problemática da intolerância tangente ao credo suprime a liberdade individual - sendo um ato retrógrado, de caráter destrutivo e inercial, a ser combatido.   O intolerante possui a ideologia de que existe uma única crença vigente. Sob essa ótica, grande parte da colonização lusitana foi feita por padres jesuítas, que impuseram o catolicismo e tornaram o Brasil majoritariamente cristão. Contudo, as demais matrizes religiosas acabaram proibidas e desmoralizadas, gerando um preconceito ainda existente na sociedade. Outrossim, de acordo com Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 1 em cada 3 pessoas foi ou será discriminada por conta da religião e aproximadamente 40% desses casos atingem matrizes africanas. Diante disso, observa-se a raiz dessa intolerância  nas heranças históricas onerosas à população outrora escravizada.   A intolerância religiosa manifestada por meio de agressões físicas ou verbais, fere as liberdades individuais, a cidadania e a Carta Magna. Ademais, a predisposição humana segundo o ideário machadiano do  homem com ser imoral, desprovido de virtudes e o determinismo sociológico à recorrente visões inferiorizantes e etnocêntricas  aos diferentes credos, evidencia-se a viabilização da violência. Em consequência dos fatos supracitados, configura-se  uma ameaça à própria diversidade cultural canarinha, uma vez que as religiões com seus dogmas e costumes, influenciam na construção da identidade humana.   Parafraseando Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado até que  uma força atue sobre ele. Logo, a aplicação de uma força suficiente contra o percurso da intolerância religiosa no Brasil, é imprescindível e é um caminho para combatê-lo. Para isso, faz-se necessário que a mídia, com mensagens de conscientização, demonstrem a importância da diversidade religiosa e cultural à sociedade, sendo veiculadas em rede nacional com subsidio estatal. Também é mister, que haja direcionamento escolar e familiar ao aprendizado sobre religiões, a fim de evitar ignorâncias contraproducentes. Assim, será possível ir contra a derrota que, segundo Sartre, é o que a violência é de qualquer maneira que se manifeste.