Materiais:
Enviada em: 21/11/2017

A intolerância religiosa no Brasil, infelizmente, está enraizado à cultura do país. Herdada desde a época colonial, período em que as crenças nativas foram violentamente reprimidas em imposição ao Cristianismo  pelos europeus, tal problemática (não aceitação das crenças distintas) persiste até os dias atuais.  Apesar de caminhos para romper com essa cultura, como a Constituição brasileira que assegura a liberdade de expressão, este direito não é respeitado mesmo com punição para quem inferí-lo.           Ademais, como citou o filósofo  Pierre Bourdieu, algumas violências tornam-se simbólicas, isto é, são tão comuns na sociedade que não são percebidas. Com isso, tal desafio parece distante do Brasil, mas dados de pesquisas apontam o contrário: cerca de duas denúncias por semana e até 20% com presença de agressão física. Problema inaceitável se levado em conta a diversidade cultural e étnica do país.             Um caso que exemplifica a ocorrência da intolerância supracitada, ocorreu no Rio de Janeiro,  entre 2013-2014. Uma adolescente da religião afro-brasileira foi agredida publicamente de forma verbal, psicológica e física. Violência movida a preconceito.  Os direitos da Criança e do Adolescente foram feridos, assim como os direitos humanos e a Constituição brasileira. Se é neste período da vida em que o indivíduo desenvolve valores éticos e morais, como afirmou o sociólogo Emile Durkheim, como esperar que a adolescente cresca respeitando outras religiões se a mesma foi agredida por sua crença?                  Dessa maneira, percebe-se que apesar das medidas já impostas, soluções mais eficazes são imperativas. Para isso, é necessária união entre sociedade civil, Estado e mídia. Ao Estado cabe aumentar a fiscalização das leis existentes para crimes de intolerância religiosa  - art 208 do código penal - a fim de assegurar os direitos propostos pela Constituição. A sociedade civil, cabe a missão de desenvolver a consciência ética dos indivíduos por meio de escolas, através de atividades lúdicas, para assim, romper com a cultura de preconceitos no Brasil.  A mídia por sua vez, pode usar de seu papel de difusora de conhecimento para mostrar por meio de novelas e comerciais a importância da inclusão cultura.  Assim, a liberdade de escolha poderá ser respeitada.