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Enviada em: 24/03/2018

Imperialismo do Egocentrismo   Muito se tem discutido acerca da intolerância de cunho religioso no Brasil. Apesar de juridicamente laico, o país encontra desafios ao concentrar grupos e indivíduos que cercam o direito dos cidadãos ao livre culto ou credo religioso. Dessa forma, permeiam-se atitudes repressivas, segregacionistas e preconceituosos que demandam providências legislativas, sociais e educacionais a fim de reverter essa instância.    De modo geral, verifica-se que a maioria dos acontecimentos de intolerância religiosa no Brasil, derivam do egocentrismo social, que auto rotula o indivíduo como ser detentor da razão e assim, torna-se incapaz de aceitar opiniões dessemelhantes. O filósofo Émile Durkheim ilustrou esse efeito afirmando que nosso egoísmo é em grande parte, fruta da sociedade e suas características individuais. Outrossim, não raro torna-se argumentação de algumas pessoas de que não manifestar aceitação à outras crenças, é em respaldo direito de liberdade de expressão. Contudo, quando em opinião é subvertida à agressão, ofensas ou diferença de tratamento por crença religiosa, se torna crime inafiançável.     Diariamente nas mídias jornalísticas e televisivas exibem casos de crimes de ódio por divergências de dogmas ou ausência destes, entretanto, pouco se aborda sobre as maneiras de combatê-los. A julgar que a tolerância é uma demonstração de respeito ao outro, constata-se a virtude deve ser difundida no âmbito familiar quanto escolar, conjunta ao conceito de alteridade, que é a identificação do ser humano como indivíduo psicossocial.     Em suma, para modificação dessa realidade, a longo prazo, é dever das instituições de ensino fomentar à educação exclusiva por meio da apresentação de diversos credos religiosos. A curto prazo, é papel do governo intensificar a fiscalização e reduzir a impunidade de indivíduos que cometem crime de intolerância. Ademais, faz-se necessária a atuação do terceiro setor – que são organizações de fins lucrativos para o auxílio social – no ampara as vítimas de discriminação, aliada a mídia na realização de campanhas preventivas a atitudes intolerantes. Portanto, conclui-se que a idéia de extinguir a intolerância religiosa no Brasil é utópica, porém, com essas medidas será possível minimizar ao máximo os diversos casos preocupantes e conseqüentemente reduzir o imperialismo do egocentrismo, tão presente na sociedade.