Materiais:
Enviada em: 07/04/2018

Pero Vaz de Caminha - o escrivão português - ao pisar no solo da terra que hoje é conhecida como Brasil deslumbrou-se com a beleza observada. Entretanto, ao descrever os povos nativos encontrados, ficou clara a visão etnocêntrica dos portugueses. Sendo assim, no século XVI, iniciou-se um processo de intolerância e expurgo às crenças diferentes que perdura até os dias atuais; seja pela insuficiência de leis, seja pela permanência de uma arcaica mentalidade social.      Em primeira análise, é evidente que a questão legislativa e sua aplicação estão diretamente ligadas aos desafios para resolução do impasse. Segundo o Artigo 18º da Declaração dos Direitos Humanos, "toda pessoa tem direito à crença". Entretanto, de acordo com pesquisas da Secretaria de Direitos Humanos, mesmo com a existência desse regulamento, os casos de intolerância crescem em território nacional, o que mostra que a lei é incapaz de mudar o intelecto social. Por conseguinte, dar-se-á a permanência da intransigência religiosa.      Ademais, vale ressaltar que, de acordo com o pensamento do sociólogo Émile Durkheim, "a consciência individual é moldada pela consciência coletiva". Consoante ao pensamento do autor, é perceptível que as ideias intolerantes, em especial aquelas referentes às religiões de matriz afro-brasileira, são repassadas através das gerações na forma de fato social, que é a maneira coletiva de agir e pensar. Consequentemente, a mentalidade de uma parcela da sociedade, em geral, permanece imutável.    Infere-se, portanto, que medidas eficazes precisam ser tomadas. Destarte, cabe ao Ministério da Educação, através de mudanças na grade curricular dos ensinos fundamental e médio, incluir uma disciplina de ensino religioso, na qual serão ministradas aulas sobre as religiões predominantes no território nacional, a fim de tornar evidente a pluralidade cultural brasileira e diminuir os preconceitos. Assim, desde a infância, todos aprenderão sobre o respeito às crenças alheias e o problema será findado, cumprindo o pensamento Kantiano de que a educação molda o homem.