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Enviada em: 19/10/2018

O preconceito racial faz parte da estrutura da sociedade brasileira, sem dúvidas, sua principal raiz é a escravidão. Além do mais, de acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças. Diante disso, caminhos precisam ser traçados para combater esse preconceito, pois essa discriminação racial acarreta violência e desigualdade social.        Ademais, pesquisas feitas pela Organização das Nações Unidas, revelam que a população negra é a mais afetada pela violência no Brasil. Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no país supracitado, 71 são negras. Inclusive, a violência contra as mulheres, mais especificamente, também tem cor no Brasil: atinge principalmente as mulheres negras. Entre 2003 e 2013, o número de mulheres negras assassinadas cresceu 54%, ao passo que o índice de feminicídios de brancas caiu 10% no mesmo período de tempo. E se o racismo tira vidas, quem dirá a igualdade.       Perante as leis atribuídas à Declaração universal dos direitos do homem, todo ser humano possui direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego, mas, infelizmente, não é o que acontece na prática. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, revela que a crise e a onda de desemprego atingiu com mais força a população negra brasileira: eles são 63,7% dos desocupados, o que corresponde a 8,3 milhões de pessoas. Além disso, no terceiro trimestre de 2017 o rendimento médio de trabalhadores negros foi inferior ao dos brancos: 1,5 mil ante 2,7 mil reais. Não somente isso, mas, de acordo com pesquisas da Consultoria Etnus, de 200 pessoas entrevistadas, 67% acreditam que deixaram de ser contratados para uma vaga de emprego apenas por serem negros. Além disso, seis em cada dez entrevistados foram vítimas de racismo no ambiente de trabalho. É evidente que as consequências do racismo interferem diretamente na qualidade de vida e produtividade dos trabalhadores.       Contudo, para que esses fatos sejam contornados, é necessário a intervenção do governo, criando leis mais rígidas àquelas que praticam essa violência racial. Pode-se incluir campanhas de conscientização nas escolas, por meio do MEC, mostrando a realidade das pessoas que sofrem com essa discriminação. E também, criar grupos de apoio, com amparos de profissionais qualificados, para atender as necessidades físicas e psicológicas de pessoas que passam por essas dificuldades, como também auxiliá-las no conhecimento de seus direitos atribuídos por lei. Afinal, como já dizia Verinha Sfalsin: “Não precisamos ser negros para lutar contra o racismo. Só precisamos ser humanos”.