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Enviada em: 22/10/2018

Conforme o artigo 3º da Carta Magna brasileira, é dever do Estado garantir o bem-estar de todos, sem distinção de qualquer tipo. Contudo, os indivíduos de pele escura, principais vítimas do racismo, muitas vezes, não usufruem desse ideal na prática, já que enfrentam obstáculos diversos por conta do preconceito. Nesse sentido, é importante analisar como o legado histórico e o preconceito corroboram com essa realidade.        É fundamental enfatizar, inicialmente, que a colonização do país, ao subjugar os negros durante anos, criou um estado de desigualdade que ecoa até hoje. Isso porque esses indivíduos, mesmo após a abolição da escravidão pela Lei Áurea, enfrentam dificuldades para uma plena inserção social causadas pelo preconceito da população dominante naquele momento. Como consequência disso, percebe-se, ainda hoje, a presença deficitária de negros em universidades e em cargos altos em empresas, já que persiste os efeitos da marginalização social sofrida por essa parcela da população.       Ademais, a postura ultrapassada de discriminação ainda existe na sociedade e é um dos fatores responsáveis pela exclusão de grupos minoritários. Isso pois, em muitos casos, a cor de pele é um obstáculo para conseguir aquilo que é direito de todos, como o trabalho. Diante disso, é comum ver, por exemplo, comentários racistas proferidos, inclusive, por pessoas de grande visibilidade, como no recente caso do jornalista William Waack. Consequentemente, a população de pele escura não vê, na prática, seus direitos garantidos, já que estão presentes apenas no papel, como constata o autor Gilberto Dimenstein em sua obra “O cidadão de papel”.       Evidencia-se, portanto, que é fundamental resolver o legado histórico e a discriminação para atenuar a problemática. Em razão disso, o Ministério da Educação e do Trabalho devem reforçar as políticas de cotas para os negros e minorias, por meio da ampliação das leis já vigentes, de forma a garantir a inclusão igualitária e justa desse povo em universidades e no mercado de trabalho. Já as ONGs de movimentos negros devem, então, promover a cultura afrodescendente e a importância do respeito a todos, por intermédio de palestras em escolas públicas voltadas aos alunos e ministradas por integrantes desses movimentos, com intuito de desconstruir o preconceito ainda presente nos dias de hoje. Sendo assim, é possível alcançar uma sociedade mais igualitária e em harmonia com os preceitos da Lei Maior.