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Enviada em: 22/10/2018

Analisar raízes históricas, estabelecendo uma relação de causa e consequência, é fundamental para o entendimento e combate ao racismo no Brasil. A manutenção de uma visão eurocêntrica e a força da escravidão são valores consolidados ainda nos primeiros anos de história do país e remontam à importância de mudanças estruturais para que essa discriminação seja abolida.        Primeiramente, é mister entender a questão histórica como causa de majoritárias ocorrências de racismo na nação. Ainda nos primeiros anos de história, consolidou-se o eurocentrismo (que inferiorizou outras culturas, como a indígena, tratando-a como atrasada frente à europeia), bem como a escravidão, ato repugnante que fortaleceu, pela marginalização do negro, a forma mais expressiva dessa discriminação no Brasil, a injúria racial pela cor e etnia. Todo esse desdobramento divide a sociedade, fortalece o preconceito e favorece a alienação, que segundo o geógrafo Milton Santos, se estabelece quando  os indivíduos enxergam não aquilo que os une, mas o que os separa.         Por conseguinte ao processo citado, tem-se duas principais consequências: políticas de combate que, embora existentes e múltiplas, não alcançam sua máxima, frente à força discriminatória, bem como a perpetuação de um pensamento social inferiorizante e preconceituoso, evidenciado em ataques como o sofrido pelo jogador da seleção brasileira Marcelo, negro, que foi chamado de macaco por torcedores de seu país durante uma partida. Ambas as problemáticas (política e social) afastam a União de alcançar o fundamental Estado democrático e igualitário, defendido pelo filósofo iluminista Rosseau.      Portanto, a ação do Estado junto à sociedade é fundamental para superar essa raiz histórica negativa e suas consequências. Logo, é imperioso que, baseado no inciso 10, do artigo 23 da Constituição (que trata da promoção de integração social dos setores desfavorecidos), o Ministério da Educação garanta a desmarginalização dos setores mais atingidos pelo racismo, através do cumprimento da Lei 10639/2003 (ensino obrigatório da história e cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas), punindo seu descumprimento com penas rígidas e construindo diálogos nesse ambiente, de linguagem clara que possam ser debatidos socialmente. Dessa forma, será possível alcançar o Estado democrático defendido por Rosseau.