Materiais:
Enviada em: 29/07/2019

O "super-homem" idealizado pelo célebre filósofo Nietzsche caracteriza o indivíduo capaz de livrar-se das amarras sociais. Entretanto, ao que tudo indica, poucos parecem entender essa lição no que se refere ao racismo no Brasil. Com efeito, observa-se a amarra que persiste pelo estigma e segregação à população afrodescendente. Desse modo, faz-se necessário caminhos para combater o racismo no país.         Em primeiro plano, é incontrovertível que, tal como as rochas sedimentares, facetas sociais se formam lenta e gradualmente via pequenos constituintes de um todo. Nesse sentido, heranças preconceituosas e estigmatizadas culminam no vigente quadro de racismo na terra canarinha. Logo, sabe-se que o processo de colonização brasileira deixou marcas onerosas à etnia negra, resultantes de errôneas associações. Outrossim, conforme exposto no filme "A Origem", a ideia é o vírus mais perigoso que existe, ou seja, ideologias subjugadoras oriundas de processos históricos constituem-se como uma barreira para o combate ao racismo hodierno.         Por outro plano, apesar de mais da metade da população brasileira ser composta por afrodescendentes, de acordo com o IBGE, a segregação a essa etnia é evidente e intensa. Sob esse viés, em 1894, o brasileiro Charles Miller trouxe para o Brasil a bola de futebol e o conjunto se regras. Todavia, a prática deste esporte era restrita à elite branca, uma vez que a camada pobre e negra apenas assistia às partidas. Ocorre que mais de cem anos se passaram e a separação racial ocorrida naquele época ainda acontece de maneira análoga em vários âmbitos. Destarte, é paradoxal que o país considerado gigante miscigenado - continue negando a existência da população negra.         Mediante o elencado, fica claro que o racismo no Brasil tem raízes diversas e devem ser combatidas. Sendo assim, o Ministério Público Federal, mediante ações judiciais pelo Poder Judiciário com prioridade, deve denunciar os casos de agressões motivados pela etnia ou cor, com vistas a punir os agressores e garantir os direitos civis a essa população tão negligenciada. Ademais, as escolas competem, por meio de palestras e aulas direcionadas, veicular conteúdos capazes de mostrar aos alunos as mazelas ideológicas advindas do preconceito racial, bem como repudiar condutas discriminatórias, a fim de que o grupo supracitado tenha a sua dignidade garantida. Dessa forma, a sociedade livrar-se-á das amarras sociais dilucidada por Nietzsche.