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Enviada em: 21/08/2019

Em 1888, foi outorgada a Lei Áurea, a qual determinou a extinção do regime escravista; contudo, no período, não foram elaboradas políticas para a integração dos negros à sociedade, consequentemente, passados 130 anos, essa população continua a sofrer com as marcas de um sistema que dificilmente se importou com sua existência. Dessa forma, o racismo se mostra intrincado à estrutura de ensino. Ademais, a forte estigmatização dessas pessoas inibe sua entrada no mercado de trabalho.    Em primeiro plano, a Constituição Federal prevê a educação como um direito de todos; todavia, devido a forte e extensa presença do racismo conjugado às instituições, nota-se uma sistemática de afastamentos e exclusões do negro ao ensino. Além disso, segundo Sêneca, "a educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida", uma vez que tal questão se faz de uma fundamental e incomensurável importância na vida de qualquer indivíduo, em ordem para que haja seu desenvolvimento como cidadão. Logo, não é de se espantar que a privação de tal fator acometa essas pessoas massivamente, visto que estão presentes nas parcelas mais pobres, marginalizadas e assassinadas da população.    Em segundo plano, devido a longa relação do país com a escravidão, é perceptível que ainda se constitui no DNA do mercado de trabalho uma visão de inferiorização sobre a população negra. Desse modo, conforme o Instituto Ethos, nas 500 maiores empresas brasileiras, os homens negros ocupam apenas 5% dos cargos executivos, enquanto as mulheres negras mal chegam a 1%.Por isso, esse índice ilustra o cenário de uma estrutura que busca a manutenção da precária condição que os negros possuem, já que mitos, como da meritocracia, são instalados a fim de acobertar uma ótica discriminatória e seletiva.    Portanto, a fim de minimizar a problemática, o Governo Federal deve desenvolver uma política de equidade, objetivando melhorar o panorama que a população negra está inserida. Dessa maneira, numa primeira frente, deve elaborar cursos, com o auxílio do Ministério da Educação, dentro das instituições de ensino, para os corpos docentes, pautados na instrução sobre como melhor receber e amparar esses indivíduos dentro do espaço escolar. Além do mais, numa segunda frente, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, deve implantar um programa de incentivo às empresas, através da redução de impostos para aqueles que buscarem uma maior equidade dentro de suas instalações. Assim, é possível não só garantir os direitos dos negros previsto pela Constituição, mas também melhorar sua qualidade de vida.