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Enviada em: 12/08/2019

Desde a promulgação, em 1988, da Constituição Cidadã, a democracia brasileira é consolidada nos pilares de liberdade e igualdade. No entanto, o racismo realizado por muitas pessoas compromete o ideal constitucional de democracia, ao não permitir que se tenha igualdade e liberdade da população negra ou de origem africana. Desse modo, a inexistência de um projeto articulador dos ex-escravos na sociedade, após a abolição da escravidão, aliada ao preconceito enraizado na sociedade, culmina e propicia a perpetuação do quadro social supracitado.   Em primeiro lugar, a abolição da escravidão no Brasil não foi seguida pela criação de um projeto integrador dos ex-escravos na sociedade, o que possibilitou a marginalização e exclusão social, econômica e cultural desses indivíduos, sendo representada pelo racismo e a injúria racial. Nesse âmbito, vários países pressionavam o Brasil, no século XIX, para que abolisse a escravidão, mas, por outro lado, a elite do período era composta por latifundiários, dependentes dos escravos para que sua economia de mantivesse de forma positiva. Assim, para agradar ambos os lados, executou-se a abolição da escravidão sem integração dos ex-escravos à sociedade, permitindo a perpetuação e aceitação das  condições oferecidas pelos seus patrões, por falta de opção de refúgio e/ou recomeço de vida. Sendo assim, a discriminação aos negros se perpetuou, embasada em moldes escravocratas.   Por conseguinte, o fato anteriormente citado contribui para que o racismo se encontre presente na sociedade brasileira atual, pelo enraização do preconceito à cultura. Nesse contexto, o cenário contemporâneo das prisões americanas representa a ramificação e perpetuação do preconceito à população negra, pela punição e prisão de indivíduos pela sua cor e/ou raça, configurando às prisões americanas um número de presos negros maior do que nos séculos de escravidão, evidenciado pelo filme da Netflix ''A 13ª emenda''. Assim, o racismo no Brasil se assemelha ao dos Estados Unidos, devido a ambos terem sido países que mantiveram por séculos a prática da escravidão dos africanos nos seus territórios, representado de diversas formas e por diferentes ações discriminatórias.   Portanto, para combater o racismo presente na cultura e apoiado pela inexistência de um projeto integrador dos ex-escravos à sociedade, o Ministério da Educação deve inserir a discussão e estudo  crítico sobre a população africana, enfatizando sua influência e contribuição na sociedade brasileira atual - priorizando o ensino básico, por ser nessa fase que os indivíduos constroem suas bases intelectuais que o moldarão futuramente. Para isso, deve utilizar como meio a reestruturação da grade curricular brasileira, para a inserção das atividades supracitadas. A partir de tais ações, poder-se-á diminuir o racismo no Brasil, promovendo a democracia a todos os cidadãos brasileiros.