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Enviada em: 27/08/2019

A Constituição Federal promulgada no ano de 1988 definiu, em seu rol de direitos individuais, o racismo como crime inafiançável. Entretanto, essa conquista não deve ser isolada. Para valorizar os traços do DNA africano, a sociedade precisa entender o seu nível de miscigenação. Além disso, é importante demonstrar que não existem diferenças de habilidades baseadas na cor dos indivíduos.       A princípio, durante a história de construção do Estado Brasileiro, ocorreu uma forte mistura entre o índio nativo, o europeu e o africano. Conforme ensinamentos do sociólogo Darcy Ribeiro, na obra “O povo brasileiro”, a atuação dos bandeirantes na expansão do território foi fundamental para a intensa miscigenação da população. Nesse contexto, é flagrante que, no Brasil, não há essencialmente branco ou negro, mas sim mestiços, com traços genéticos de ambos. Por isso, o brasileiro forma um único povo, com a influência equânime de três grupos étnicos.       Outrossim, apesar de a intensa miscigenação haver impedido a formação de grupos étnicos essencialmente brancos ou negros, alguns cidadãos possuem, mais do que outros, traços de origem africana. Esses indivíduos podem servir de exemplo para demonstrar que a aptidão profissional não está ligada a características físicas. Prova disso são os grandes mestres Milton Santos e Joaquim Barbosa, respectivamente, geógrafo e jurista, ou ainda o gênio do futebol: Pelé. Desse modo, a igualdade profissional entre os indivíduos comprova efetivamente que não há diferenças intelectuais ou razão para a segregação com base na cor. Isto posto, mister compreender que o DNA africano está imbricado ao DNA brasileiro.       Para tanto, a sociedade deve, por meio de campanhas socioeducativas propagadas pela mídia, ser conscientizada acerca da sua completa miscigenação, a fim de entender a sua origem e respeitar os traços característicos de cada etnia. Assim, poderá ser reconhecida a identidade única demonstrada por Darcy Ribeiro: a do povo brasileiro.