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Enviada em: 22/03/2017

Racismo vem do radical “raça”, logo, é a forma de segregação de uma etnia. É desprezar e violentar, moral ou fisicamente, alguém simplesmente por ser de um grupo étnico diferente do praticante. Porém, por mais que quando definimos o termo nós falamos num modo geral, sabemos muito bem que no “mundo real” existe uma etnia que sofre bem mais com essa segregação do que qualquer outra: os negros.      O negro, no Brasil, passa por racismo a muitos séculos. A escravidão negra ocorreu por aproximadamente 300 anos e, mesmo após suposta promessa de liberdade com a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no território nacional em 1888, os negros não receberam amparo: foram descartados literalmente à margem da sociedade, sendo obrigados a ficar nas periferias e estabelecer as primeiras favelas. O quadro do século XIX não mudou pro séc. XXI: de acordo com o livro Um País Chamado Favela, de Renato Meirelles e Celso Athayde, de 2014, 72% dos moradores de favelas se autodeclara negros ou pardos. Morar em periferia já mostra a baixa condição socioeconômica de uma família, mas também significa medo: a Polícia Militar é um dos órgãos que mais mata pessoas negras no mundo. Não é difícil ver notícias em que um PM mata, principalmente, um jovem periférico. E o sangue sempre tem a mesma cor: negra.      No Brasil e também no resto do mundo, o racismo é uma arma para marginalização economia, cultura e social dos negros. Uma solução para isso é algo que o governo implementa porém não tem muito apoio social: cotas raciais. Elas existem para ajudar o negro a ocupar espaços majoritariamente ocupados por brancos, para inserir o negro dentro de uma esfera social que não seja apenas a da favela. No país, existe o mito da “democracia racial”, que supostamente brancos e negros vivem em igualdade e harmonia, mas não é isso que as porcentagens, sempre baixas, de negros nas universidades e em cargos altos em empresas, e as de negros em periferias, analfabetos, com baixa renda e presos, sempre altas, nos mostram. Parte de cada um de nós a iniciativa de mostrar a população, não apenas brasileira, mas global, através do debate e da fala, de que o racismo ainda é um problema real e atual, e que deve ser combatido. Só assim atingiremos a tão sonhada “democracia racial”.