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Enviada em: 15/03/2017

O racismo é um mecanismo perverso de exclusão e violência, essa discriminação vale-se da crença de que determinadas raças são biologicamente superiores e outras inferiores, quando cientificamente tal distinção não existe. A igualdade racial no Brasil, mesmo garantida pela Constituição, não virou realidade após a abolição da escravatura no século XIX. Nesse sentido, para erradicar a cultura racista da sociedade contemporânea, dois aspectos fazem-se relevantes: entender as raízes históricas e diminuir a desigualdade social.  Segundo a história, o racismo sempre fez parte da sociedade brasileira. Comprova-se isso pelo genocídio de povos indígenas e pela escravidão africana no período colonial. No século XVIII teorias racistas de cunho científico, como o darwinismo social, consideravam que os homens brancos eram superiores devido à suas características físicas e que, portanto, teriam o direito de escravizar outras raças. Desse modo, mesmo que a ideia de raça seja uma construção social e política, a sua hierarquização deriva de uma visão teológica de superioridade, e foi usada pelos europeus para justificar e naturalizar as relações de exploração. Contudo, essa visão segregacionista permanece no Brasil e corrobora para a opressão do negro, assim, precisa ser combatida para que o pensamento racista diminua.   Conforme previsto pela constituição, todos são iguais perante a lei. No entanto, mesmo que a ordem jurídica em vigor ateste isso, a ordem econômica e política configuram várias formas de desigualdade social das raças oprimidas. Esse fato explica-se pelo fim da escravidão não ter significado a inclusão do negro na sociedade, pelo contrário, após a abolição eles foram marginalizados e até hoje, permanecem ocupando cargos subalternos. O abolicionismo incompleto tem frutos no mito da democracia racial que fez com que o país atrasasse a adoção de medidas de reparação das disparidades sociais entre brancos e negros. Assim, um caminho para cessar o racismo é a construção de ações afirmativas.   Torna-se evidente, portanto, que o legado histórico racista persiste  e caminhos para combatê-lo devem ser buscados. Dessa forma, cabe à escola, instituição formadora de valores, conscientizar os estudantes sobre a importância do negro na história através do ensino da cultura afro-brasileira. O Ministério da Educação deve proporcionar mais oportunidades de ingresso das minorias raciais no ensino superior, estabelecendo cotas proporcionais ao número de negros, pardos e indígenas por estado. Ademais, a ordem jurídica deve garantir a aplicação da legislação, formando profissionais do direito dentro do antirracismo e aptos a identificar práticas de discriminação racial. Só assim, o Brasil deixará de ser um país culturalmente racista.