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Enviada em: 06/08/2017

De acordo com a escritora afro-americana Maya Angelou “O preconceito é um fardo que confunde o passado, ameaça o futuro e torna o presente inacessível”. Agora, por que o nome da célebre escritora, vem sempre acompanhado dos adjetivo “negra” ou “afro-americana”? Por que ela não pode simplesmente ser citada como escritora? Ninguém se refere a Cecília Meireles como a “escritora branca”, isso se deve ao fato de que, uma mulher branca querer escrever, ser muito mais “aceitável” do que uma mulher negra. Ninguém quer ser taxado de racista, a prova é que, de acordo com pesquisas feitas pelo IBGE, 97% dos entrevistados afirmam não ter qualquer preconceito de cor; Isto é uma falácia. Se esse dado estatístico fosse verdadeiro, na sociedade brasileira, as profissões de maior prestígio social não seriam exercidas pela maioria branca, enquanto que as mais desvalorizadas - garis, pedreiros, pintores…- pela comunidade negra, e também não existiriam tantos casos de violência e discriminação pela cor.   O problema é que, quando um negro consegue ascender socialmente, na maioria das vezes, ele é aceito graças a sua conquista, sendo que o termo “aceitação” é de cunho racista e preconceituoso. Ninguém precisa “aceitar” um médico branco, mas a comunidade branca, munida do seu desejo de ser compreensiva -novamente, outro adjetivo racista- aceita, ou tenta aceitar, o diferente, o inimaginável, isto é, o médico negro. Um exemplo disso, foi o caso recente de um advogado negro que teve sua entrada barrada em um bar de Curitiba; Juliano Trevisan vestia um terno -traje comum para um advogado- mas foi confundido com um segurança. A ideia de um homem negro ser bem sucedido, e ter o seu próprio terno, foge do senso comum do homem negro, inferior, que é segurança e só veste terno por ser o uniforme da empresa onde trabalha. O passado do Brasil escravocrata ainda atordoa e confunde a mente de diversos brasileiros, brancos que se julgam superiores, por isso a melhor forma de se combater o racismo é através da representatividade.    Por meio da representatividade, a comunidade negra poderá exprimir-se verdadeiramente em seu nome. Para isso, é necessário que as escolas ensinem sobre personagens e personalidades negras, porque, não deve existir apenas uma semana sobre a cultura negra e sim, essa cultura deve fazer parte do currículo escolar. Além disso, é importantíssimo que a mídia continue promovendo discussões e debates sobre o tema, isso ajuda a ir desmistificando a figura do negro enquanto escravo, subalterno. E por fim, é fundamental que ONG’s continuem com seu trabalho de luta e contra o racismo, através da conscientização do quanto essa prática é desumana e fere as pessoas, como é o caso da ONG Criola, que liderou uma campanha contra o racismo virtual por meio de peças de mídia exterior. Dessa maneira, o presente será acessível, criando um futuro de paz para a população negra brasileira.