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Enviada em: 28/08/2017

É indubitável que o Brasil tornou-se um país miscigenado, multicultural e multiétnico. Nesse sentido, não obstante, mediante aos fatores em âmbitos históricos, sociais e morais, a problemática do racismo ainda se faz presente no país – sendo um ato retrógado e inercial a ser combatido.        Primordialmente, é válido ressaltar que o racismo possui raízes históricas. Com isso, percebe-se que o preconceito sobre os negros está presente na memória brasileira, principalmente nos três séculos de escravidão e pelas escassas políticas de inserção desses indivíduos na sociedade, especialmente após a abolição da escravatura em  1888, configurando ao negro a imagem de marginalizado perante a sociedade. Destarte, comportamentos contemporâneos são influenciados pela visão do passado.      Além disso, também dão subterfúgios ao quadro vigente deficitário de sistemas educacionais e judiciários. Segundo Immanuel Kant, o homem é o que a educação faz dele; desprende-se, dessa forma, a importância da mesma na formação de valores atualmente ausentes nos cidadãos infratores. Ademais, medidas judiciárias de caráter paliativo ou lento – como prisões preventivas, rápidas ou processos demorados – dão lugar à impunidade a qual, por sua vez, corrobora com os atos transgressores e sua continuidade         Soma-se a isso, o advento da World Wide Web e da internet dá impulso a manifestações de ódio por meio do anonimato nas redes sociais, sendo essas agressões tão passíveis de agressão quanto as físicas. Assim, somando-se ainda a teoria machadiana do homem como ser imoral e desprovido de virtudes e determinismos lamarckianos à recorrente ignorância referente às diferenças étnicas, é possível analisar bases intrínsecas da questão do racismo.           Conforme diz Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado inercial até que uma força atue sobre ele. Desse modo a aplicação de força suficiente contra o percurso do racismo no Brasil é imprescindível, além de ser um caminho para combatê-lo. Para isso é necessário que peças midiáticas como novelas e propagandas demonstrem a importância da diversidade étnica e cultural à sociedade, sendo veiculadas em rede nacional com subsídio estatal. Como também, ONGs junto com as escolas poderiam promover palestras lúdicas de conscientização com pessoas que já sofreram racismo e sociólogos da área, a fim de evitar ignorâncias contraproducentes, no futuro. Ademais deve ser incentivado pelas próprias redes sociais o ato de denúncia contra comentários maldosos no aspecto tratado, bem como deve ser feita uma severa vigilância sobre tais ocorrências e o encaminhamento para delegacias especializadas em crimes cibernéticos. Dessas e de outras maneiras iremos contra a derrota que segundo Jean Paul-Sartre é o que a violência é de qualquer maneira que se manifeste.