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Enviada em: 16/09/2017

"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra". A frase é do ex- regente e imperador da Etiópia, Haile Selassie, e retrata um dos principais problemas da atual sociedade brasileira, o preconceito. De fato, embora muito se tenha conquistado nessa luta, a herança colonial ainda persiste, e a população afrodescendente é marginalizada em sua maioria.   Mormente, cabe destacar as origens dessa problemática, e porque ainda é um problema vigente na nossa conjuntura atual. Durante o processo de formação do estado brasileiro, milhões de negros foram trazidos ao país para exercer trabalho escravo. Porém, com a abolição da escravatura, não houve nenhum projeto de reinclusão desses indivíduos na sociedade, fazendo com que eles ficassem à margem. Prova incontestável disso, é que de acordo com a revista Terra, o preconceito é responsável por 80% das mortes de negros no Brasil, evidenciando a forma como a população Afro-descendente ainda é marginalizada.   No entanto, há quem diga que o preconceito racial não é mais uma realidade no Brasil. Defensores de tais argumentos, parecem estar cegos perante à discrepância no que se refere a direitos de brancos e negros. De acordo com o atlas da violência de 2017, a taxa de homínidos contra não negros reduziu 12,2% entre os anos de 2005 a 2015, nesse mesmo período de tempo o número de atentados contra negros aumentou 18,2%. Tais dados evidenciam como a herança colonial, ainda se mantem nos dias de hoje, e a forma como a população Afro-brasileira é privada até mesmo de segurança.    Ademais, de acordo com o principio da inércia formulado pelo físico astrônomo Isaac Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado atual, a menos que forças externas atuem sobre ele. Analogamente é preciso mudar o quadro inercial da política brasileira em relação a essa questão, visto que a representatividade negra no governo é baixíssima. De acordo com a ONU cerca de 150 milhões de pessoas de descendência africana vivem no Brasil, no entanto, somente 5% da câmara é composta de políticos negros.Dessa forma, o povo Afro-brasileiro se mantem sem voz  e representatividade.   Destarte, fica claro que o racismo ainda é um problema vigente na sociedade brasileira. Nesse sentido, medidas são necessárias para solucionar o impasse. Em primeira instancia, o poder legislativo, em parceria com o Ministério da Educação deve criar cartilhas e palestras a serem distribuídas para a população, visando cortar o preconceito pela raiz, aliado a isso pode-se aumentar a carga horária de matérias como "cultura africana", que visa conhecer melhor a rica história desse povo, quebrando as barreiras do racismo. Por fim, pode-se discutir a criação de uma emenda constitucional que puna mais severamente acusados de racismo, só assim garantiremos o Brasil junto para todos.