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Enviada em: 27/09/2017

No livro Casa Grande e Senzala, Gilberto Freire argumenta que ,no Brasil, vive-se uma democracia racial, ou seja, pressupõe-se que afrodescendentes tenham igualdade de direitos políticos, sociais e civis em relação aos outros. Todavia , diante da histórica formação discriminatória da sociedade brasileira, onde as raízes do preconceito racial persistem nos dias atuais, é possível concordar com tal hipótese? Assim, através de análises sociológicas da persistência de práticas racistas, é possível traçar meios para mitigar os efeitos desse preconceito para os afrodescendentes.     Primordialmente, parte da solução desse problema encontra-se nas relações sociais. O antropólogo e ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, disse que a democracia racial é um mito, já que o racismo encontra- se velado nas relações cotidianas entre os indivíduos. Entretanto, de acordo com Albert Einstein, “é mais fácil desintegrar um átomo do que desenraizar um preconceito na sociedade”, por isso a importâncias de implementar políticas efetivas para atenuar essa causa. Diante disso é imperioso que o Ministério da Educação interfira na matriz curricular das escolas de ensino básico, a fim de intensificar os ensinos de história e filosofia para instigar os discentes a reconhecer problemas causados por distorções históricas, como a pouca presença de negros na política e em cargos de liderança nos diferentes ambientes de trabalho, e assim ajudar na formação de cidadãos mais conscientes em relação a essa problemática.     Ainda cima, a desconstrução de estereótipos sociais em relação aos indivíduos afrodescentes é um meio de atuar tal problemática. Sabe-se que a colonização do Brasil foi marcada pela visão etnocêntrica do europeu em relação ao africano e ao mestiço , o que , ao longo do período de formação da sociedade brasileira, prejudicou do segundo nos meios educacionais,profissionais e habitacionais, uma vez que os estigmas foram mantidos até os dias atuais. Destarte, o Ministério da Educação deve ampliar o número de cotas em universidades  públicas, a fim de facilitar o ingresso de negros e mestiços no meio superior de educação. Ao mesmo tempo, o mesmo órgão deve promover campanhas publicitárias para facilitar a desconstrução de tais estereótipos entre a população , com o objetivo de promover uma melhor socialização e igualdade de oportunidades para os negros e mestiços.      Em última instância, mas não menos importante, a ampliação dos programas habitacionais do governo, como Minha Casa, Minha Vida, ajudará a melhorar a qualidade de vida desse grupo étnico historicamente marginalizado. Paralelamente, palestras feitas por ONGs devem ser realizadas em locais públicos , como praças e escolas, a fim de promover a conscientização da sociedade em relação às mazelas causadas pela racismo no Brasil