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Enviada em: 04/10/2017

Ao longo dos séculos XX e XXI, os negros e afrodescendentes conseguiram diversas conquistas sociais e direitos. Entretanto, o preconceito enraizado na população brasileira se mantém perene até os dias atuais. Logo, a manutenção de uma sociedade arcaica e a ineficiência do poder público são dois dos principais pilares deste racismo exacerbado no país.       Deve-se destacar, primeiramente, que o contexto histórico de formação do Estado brasileiro favoreceu diretamente para a intensificação do processo de racismo. Dessa forma, no final do século XIX, auge do imperialismo europeu, as populações dos países africanos foram subjugadas como povos inferiores e que deveriam ser escravizadas pelos brancos, teoria conhecida como Darwinismo Social. Nesse sentido, inúmeros escravos negros africanos vieram ao Brasil para sofrer com duras jornadas de trabalho e castigos nas plantações de cana-de-açúcar e nas áreas mineradoras. Diante disso, percebe-se que a discriminação racial é um ato hereditário e persiste em diversos setores sociais na contemporaneidade.       É importante observar, também, que as brechas constitucionais e o código penal brasileiro obsoleto, que é o mesmo desde 1940, implicam em uma perda de medo das instituições públicas. Nesse contexto, inúmeros criminosos sentem-se livres para cometer atos racistas já que possuem a certeza de que não serão punidos. Além disso, o preconceito racial está presente de forma oculta em ações do cotidiano, como simples prestações de serviços ou até mesmo em vagas de emprego negadas a concorrentes negros. Logo, mudar esta realidade é uma necessidade e não um fato opcional.       Evidencia-se, diante disso que a prática do racismo é consistente na sociedade brasileira. Portanto, é importante que discussões construtivas sejam abertas no âmbito escolar e no meio familiar com o objetivo de difundir a igualdade racial. Outrossim, a mídia e as plataformas digitais, como importantes instrumentos de conscientização social, promovam programas e propagandas com o intuito de incentivar a convivência harmônica em uma sociedade racialmente diversificada, evitando atos discriminatórios. Ademais, o Poder Público deve reformular a Constituição Federal e o código penal brasileiro para evitar ambiguidades e promover uma maior rigidez aos criminosos.