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Enviada em: 30/03/2018

O legado da escravidão contribuiu para o recrudescimento do preconceito contra negros no Brasil, haja vista que diversas práticas fomentadas pela elite mentora da colonização brasileira colaboraram para a construção de arquétipos que inferiorizavam o papel desses na sociedade. Tendo isso por base, é imprescindível que medidas sejam efetuadas, a fim de sanar essa mácula que acomete a história do país, que é multirracial.      Diante disso, é imperioso destacar a padronização da teoria eugênica, fundamentada pela elite brasileira, no que tange ao estabelecimento de uma visão hostil à existência da miscigenação no Brasil e afirmação da supremacia de uma raça frente a outra. Em conformidade com essa teoria, surgiu a política de branqueamento, responsável por legitimar o racismo na sociedade brasileira. Dessa forma, pode-se dizer que essa política serviu para corroborar o papel ínfimo do negro no país que, mesmo após a abolição da escravatura, em 1888, com a Lei Áurea, não contava com um aparato governamental capaz de reinseri-lo na sociedade.       Por conseguinte, tem-se a existência de um preconceito velado, dissimulado por grande parte dos brasileiros, que nega a persistência dessa mazela tão inerente ao processo de construção identitária brasileiro. Dessa forma, esse racismo execrável é evidenciado na repressão policial e indistinta direcionado aos jovens negros, bem como na limitação de acesso aos postos de trabalho em grandes empresas e, até mesmo, na mídia televisiva.       Por isso, é primordial que as escolas, especialmente nas aulas de sociologia, trabalhem com o senso crítico de seus alunos, no que se refere à desmistificação do conceito de democracia racial defendido por Freire. Ademais, é necessário que a mídia diversifique o modo de representação do negro em seu espaço, geralmente estereotipado, assim como procure ampliar a participação desse. Além disso, é essencial que o Ministério Público ofereça aparatos para a sustentação de uma condição de vida mais digna para o negro, por meio do monitoramento e investigação em empresas e universidades, a fim de verificar se ele está recebendo a assistência devida.