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Enviada em: 02/03/2019

Intimamente relacionadas ao desenvolvimento das civilizações ao longo da história, as relações econômicas sempre foram a conexão entre o indivíduo e a sociedade, de modo a promover o bem individual e coletivo. Nesse contexto, hodiernamente, os problemas econômicos no Brasil revelam-se como as contradições mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Dessa maneira, deve-se analisar as formas de organização do tecido social para o enfrentamento de tais empecilhos.           Em primeiro plano, ao descortinar o século XXI, evidencia-se que a modificação das relações trabalhistas tem exigido constantemente maior qualificação profissional e remunerações cada vez mais baixas, o que vai de encontro às perspectivas dos jovens recém formados e dos trabalhadores que buscam um equilíbrio financeiro. Nesse aspecto, a organização do corpo social volta-se à atividades individuais, a exemplo, negócios próprios e ocupações informais, assumindo a responsabilidade nos investimentos e prejuízos, contudo, soberano em relação a grande parte dos lucros. Tal realidade mostra a iniciativa da massa populacional na busca da estabilidade financeira ante uma fragilidade econômica no mercado de trabalho nacional.           Outrossim, é indubitável que organizações paralelas com capitais alternativos configuram-se como campos férteis para uma economia mais flexível e, portanto, pouco suscetível a crises futuras. A esse respeito, os Bancos Comunitários com suas respectivas moedas sociais características de cada região auxiliam no fluxo de capital e na geração de riquezas nas comunidades, na medida em que incentivam o consumo de produtos e serviços locais, bem como expandem as opções de cambio. Nesse viés, tais iniciativas de economias complementares convergem positivamente para uma sociedade mais organizada no que se refere ao âmbito econômico nacional.             Com efeito, a consolidação de uma sociedade preparada para os entraves econômicos pressupõe uma ação conjunta entre população e Poder Público. Desse modo, fica a cargo do Ministério da Educação, em parceria com universidades que possuem cursos do ramo financeiro, a implementação de oficinas no Ensino Médio que estimulem o pensamento crítico do aluno a respeito da gestão financeira pessoal, a fim de que estes levem tal conhecimento para o ambiente familiar e estejam preparados para possíveis abalos econômicos. É imprescindível, ainda, a atuação dos meios de comunicação, por meio de debates e diálogos em horário nobre, de modo a por em evidência as moedas e organizações locais, objetivando estimular seu uso e fomentar iniciativas coletivas pela população. Assim, poder-se-á transformar uma sociedade desenvolvida socialmente, longe de contradições perversas que envolvam relações fundamentais ao crescimento da nação.