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Enviada em: 15/04/2019

Consoante o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico, por ser, assim como esse, constituída por partes que interagem entre si. Assim, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos possuam iguais oportunidades, diretos e deveres. Contudo, isso não ocorre no Brasil, já que os problemas econômicos refletem diferenças sociais persistentes. Com isso, é mister a reflexão acerca das formas de organização social para o enfrentamento de impasses econômicos.    Em primeiro plano, o modelo econômico capitalista corrobora o distanciamento social, o qual, consequentemente, dificulta a resolução de problemas econômicos de forma coletiva. Isso ocorre porque, conforme o filósofo Adam Smith, pensador do capitalismo, o individualismo seria o principal meio de ascensão econômica e social, haja vista a valorização do trabalho e da meritocracia. Nesse contexto, na sociedade do capital, faz-se comum a ideia de que os problemas são restritos a uma esfera pessoal, não conjuntural, nem estrutural. Dessa forma, o trabalho em equipe é, muitas vezes, visto como dispensável - fato que põe em xeque o combate coletivo, principalmente, à questão econômica, uma vez que essa mentalidade dificulta a pluralidade de ideias e situações socioeconômicas, indispensável às democracias.     Outrossim, a existência de maneiras de organização da sociedade para o combate de impasses econômicos é fruto, mormente, da consciência de classe, atenta à realidade das classes sociais brasileiras. Segundo dados do IBGE, grande parte dos brasileiros vive com menos de um salário mínimo por mês, ao passo que um por cento da população detém, aproximadamente, trinta por cento da riqueza nacional. Nesse sentido, o Brasil, país com alto índice de Gini, escancara a ineficiência estatal e social em promover a superação de impasses socioeconômicos, enquanto medidas são impostas à população pelos governantes.    O enfrentamento, portanto, de problemas econômicos deve ser regido por grupos atentos à má distribuição de renda nacional. A fim de que se reverta essa situação alarmante, cabe ao Governo Federal, na figura do Ministério da Economia, pressionado por uma população alerta às desigualdades econômicas históricas, incentivar a educação financeira da sociedade, através da criação de projetos em redes sociais, como o YouTube, os quais fornecerão aulas sobre finanças, desigualdades e formas de combate, para que as organizações coletivas sejam estimuladas e gerem diferenças no campo econômico. Sendo assim, a sociedade brasileira, finalmente, distanciar-se-à do individualismo proposto por Smith, e assemelhar-se-à ao corpo biológico de Durkheim.